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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A umidade do ar e o exercício físico


Em São Paulo, nos meses de agosto e setembro foram registrados índice baixíssimos de umidade do ar, com algumas regiões da capital registrando apenas 22%. Essa baixa umidade prejudica o funcionamento do aparelho respiratório e isso certamente trará efeitos à performance durante o treinamento.

As pessoas já diagnosticadas com alguma doença que compromete o sistema respiratório, como asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), são mais sensíveis e suscetíveis a vários estímulos causadores de inflamação / irritação, podendo ter a suspensão ou interrupção da sessão de treinamento dependendo dos sintomas apresentados. Por isso, é importante que a intensidade do exercício seja adequada a condição momentânea do aluno, além de ser monitorada durante toda a sessão de treino, pois o exercício também pode ser um agente agressor a um organismo que está debilitado por uma doença respiratória, associado a baixa umidade do ar e muita poluição.

Os indivíduos que não sofrem de nenhum problema do aparelho respiratório também sentem os efeitos da baixa umidade do ar, como:

- Complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas;
- Sangramento pelo nariz;- Ressecamento da pele;
- Irritação dos olhos;
- Dor de cabeça;
- Ardência na garganta;
- Garganta seca;
- Mal estar e ânsia de vômito;
- Cansaço excessivo

Fazendo uma analogia rápida com automóveis, se você abastecer seu carro com gasolina adulterada, o motor vai falhar e o rendimento vai ser pior. Isso é o que acontece com o nosso corpo ao praticar atividades aeróbias ao ar livre, pois existe uma necessidade maior de captação de oxigênio (nosso combustível para atividades de longa duração) e na atmosfera encontramos um ar seco e poluído, cheio de substâncias que são nocivas a saúde (combustível adulterado).

Durante uma corrida existe uma necessidade de ar entre 10 e 15 vezes maior, portanto, é necessário colocar a disposição do organismo uma quantidade de oxigênio suficiente para manter aquele exercício numa intensidade que provoque efeitos de treino e, ao mesmo tempo, permita que ele se prolongue. Fiquem atentos para a intensidade do exercício, ou seja, mesmo que você não tenha nenhuma doença respiratória pré-existente, é necessário uma adequação na planilha de treinamento devido a diminuição da performance causada pela baixa umidade do ar e pela poluição. Além disso, é recomendado realizar exercícios logo no início da manhã, pois o ar está mais puro, mais úmido, o que ajuda na melhora do rendimento.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade relativa do ar recomendável é de 60%, sendo este o nível adequado para a preservação da saúde. No entanto, existem três níveis de criticidade da umidade do ar na escala desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade de Campinas/SP (Unicamp), utilizada pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência do governo do Estado de São Paulo:
Entre 21 e 30% - Estado de Atenção
Cuidados a serem tomados:
- Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas;
- Umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, etc.;- Sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas com vegetação, etc.;
Entre 12 e 20% - Estado de Alerta
Cuidados a serem tomados:
- Observar as recomendações do estado de atenção;
- Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas;
- Evitar aglomerações em ambientes fechados;
- Usar soro fisiológico para olhos e narinas.
Abaixo de 12% - Estado de Emergência
Cuidados a serem tomados:

- Observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta;
- Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência, etc.;
- Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados como aulas, cinemas, etc., entre 10 e 16 horas;
- Durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos (pode ser realizado com aparelhos umidificadores, toalhas molhadas ou bacias com águas), principalmente quarto de crianças, hospitais, etc.

Alguns cuidados como hidratar-se, utilizar roupa leves, exercitar-se pela manhã ou início da noite, evitar o período das 10:00 as 16:00, procurar um local fechado com climatização artificial, utilização de soro fisiológico nas narinas (com recomendação médica), não praticar exercícios próximo a rodovias e avenidas com intenso tráfego de automóveis, são importantes para que você continue seu programa de treinamento sem complicações e desconfortos nesse período de seca e má qualidade do ar.

Procure a orientação de um profissional de educação física.
 
Movimente-se !!!