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domingo, 17 de novembro de 2013

Emagrecer: a importância de uma equipe multidisciplinar

Atualmente é amplamente divulgado os riscos a saúde da obesidade/sobrepeso e, felizmente, as pessoas estão se conscientizando da seriedade do assunto. No entanto, emagrecer não é tão fácil quanto parece.
 
Por isso, nesse texto vamos discutir alguns aspectos que devem ser levados em consideração no processo de perda de peso e mostrar a importância do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (professor de educação física, psicólogo, nutricionista, médicos)

1- Alimentação:

A primeira atitude a ser tomada é procurar um nutricionista para adaptação do cardápio a sua rotina de vida. Mas, infelizmente, não é isso que acontece. Normalmente as pessoas vão tentar as dietas da moda, essas que são publicadas em revistas voltadas ao assunto ou nos primeiros link do Google quando você joga "como emagrecer?".

O problema é que essas dietas são restritivas, ou seja, as pessoas diminuem drasticamente a quantidade de calorias ingeridas durante o dia, tornando um martírio realizá-las durante um longo período.

É evidente que após uma semana, 15 dias, existe uma perda de peso que geralmente não é de gordura, e sim, de massa muscular. No entanto, como não existe ser humano que aguente passar fome daquele jeito, é quase inevitável a volta para os alimentos deliciosos e extremamente calóricos. Resultado de tudo isso: efeito sanfona. Você acaba engordando mais do que emagreceu.

Então, não faça dieta, faça reeducação alimentar. O nutricionista é o profissional especializado para te auxiliar nessa mudança de hábitos alimentares.

E lembre-se: emagrecer não é passar fome. Pelo contrário, você vai comer várias vezes ao dia alimentos saudáveis e muito provavelmente não sentirá essa vontade louca de comer.

 2- Metabolismo basal.

Metabolismo basal refere-se a atividade metabólica necessária para a manutenção das funções fisiológicas (sistema nervoso, pulmonar, cardiorrespiratório, etc), sendo responsável por aproximadamente 60 a 70% do consumo diário de calorias do nosso organismo. 

A taxa metabólica pode variar de acordo com alguns aspectos: sexo, idade, composição corporal, etc.

Existem algumas fórmulas que podemos utilizar para identificar a taxa metabólica de cada individuo, assim como um teste chamado calorimetria.

A perda de peso acontece a partir do momento que existe um balanço calórico negativo, ou seja, gasta-se mais calorias do que consome. Vamos a um exemplo, fórmula de Henry e Rees (1991): homem de 30 anos, 90 kg, sedentário, metabolismo basal = em torno de 1900 kcal/dia.

Com esses número em mãos o nutricionista (novamente um profissional especializado) consegue elaborar seu cardápio com 1700 kcal/dia. Então, se você precisa de 1900kcal e consome 1700kcal = -200 kcal/dia.

A boa notícia é que com a mudança dos hábitos alimentares, aliada a prática frequente de exercícios físicos, seu metabolismo basal tende a acelerar e, consequentemente, seu organismo gastará mais calorias em repouso.


3- Cuidado com as emoções.

É comum perceber no relato das pessoas que sofrem com obesidade/sobrepeso a íntima relação entre os sentimentos e a comida. Se está feliz/come, está triste/come, foi promovido/come, brigou com a mulher ou marido/come, o time perdeu/come.
Qualquer coisa que acontece em sua vida é um fator estressor e, literamente afoga-se as magoas comendo.

Isso é agravado porque geralmente os alimentos escolhidos nesses momentos são os hipercalóricos. Portanto, nesse processo de emagrecimento também é super importante o acompanhamento e orientação de um psicólogo.

4- Exames necessários.

Ao iniciar um processo de emagrecimento é necessário a realização de um hemograma completo para identificar se o sedentarismo/sobrepeso não causou nenhum "estrago" ao seu organismo.

Geralmente é pedido um exame de sangue para verificar colesterol, glicemia, hormônios, ácido úrico, triglicérides, ferro, e muitos outros.

Mas por que tudo isso? Todos esses parâmetros serão utilizados pelo nutricionista na hora da elaborar seu cardápio. Por exemplo, tem alteração no colesterol, alguns alimentos serão diminuídos ou até retirados da sua dieta.

Fora isso, um check-up completo cardiológico é essencial, pois para potencializar a perda de peso será necessário iniciar um programa de exercícios físicos (já vamos falar sobre isso) e é fundamental a liberação de um cardiologista para o início das atividades.

A obesidade/sobrepeso e o sedentarismo representam um risco enorme á saúde e apenas um médico pode avaliar os danos causados ao nosso organismo.

5- Hormônios.

Esse é um tema que pela sua complexidade já existem várias teses de mestrado, mas é outro ponto importante no processo de emagrecimento.

Todo mundo já escutou falar em problemas na tiroide, hormônio T3 e T4, certo?
Existem muitos outros hormônios que influenciam na perda de peso e o endocrinologista será o responsável por tratar de alguma disfunção desta natureza.

6- Exercícios físicos.

Lembram da conta feita no item metabolismo basal?

Homem de 30 anos, 90 kg, sedentário, de acordo com a fórmula de Henry e Rees (1991), seu metabolismo basal estaria em torno de 1900 kcal/dia e uma dieta de 1700kcal/dia.

Utilizando o exemplo acima, vamos supor que esta pessoa faz uma caminhada leve de 30 min/dia, gastando em média de 220kcal. No final de cada dia serão -420 kcal/dia (200 dieta + 220 exercícios).

É evidente que ao aumentar o tempo de treinamento ou a intensidade, o gasto calórico será maior, assim como essa diferença entre calorias consumidas e utilizadas crescerá substancialmente. Ex: corrida leve 30 minutos = 300kcal (aprox.) + 30 minutos musculação = 150kcal (aprox.), total de 450kcal em média por treino. Nesse caso, em um dia, a diferença de kcal é de 650 (450kcal exercícios + 200kcal prescrição alimentar).

Nesse momento entra a figura do profissional de educação física na elaboração da periodização de treinamento adequado para cada individuo.
Não fique bravo, mas treinar é completamente diferente de ir malhar na academia com seu amigo e realizarem o mesmo tipo de treino.

Treinamento é um processo individualizado e sistematizado, onde existe um planejamento prévio de todas as atividades a partir do resultado de alguns testes (teste aeróbio, de força, avaliação postural) para determinação da carga de treinamento, exercícios mais adequados, além de objetivos a serem alcançados a cada etapa de treinamento.
Além do gasto calórico, o exercício físico melhora a capacidade cardiorrespiratória, a força muscular, a flexibilidade, ajuda no controle do colesterol, diminui os riscos de osteoporose, auxilia na regulação hormonal, melhora a autoestima, e muitos outros.


Agora que você leu todo esse texto e provavelmente irá procurar um acompanhamento especializado, lembre-se que é você quem compra os alimentos e prepara sua refeição, é você quem decide o quê almoçar  todos os dias, é você quem segue ou não as orientações  médicas, é você quem prefere não fazer exercícios e ficar sentado no sofá assistindo TV.  

 Será fácil? Não. Mas só depende de você !!!

 Movimente-se !!!