Atualmente
é amplamente divulgado os riscos a saúde da obesidade/sobrepeso e, felizmente,
as pessoas estão se conscientizando da seriedade do assunto. No entanto, emagrecer
não é tão fácil quanto parece.
Por
isso, nesse texto vamos discutir alguns aspectos que devem ser levados em
consideração no processo de perda de peso e mostrar a importância do
acompanhamento de uma equipe multidisciplinar (professor de educação física,
psicólogo, nutricionista, médicos)
1-
Alimentação:
A
primeira atitude a ser tomada é procurar um nutricionista para adaptação do
cardápio a sua rotina de vida. Mas, infelizmente, não é isso que acontece.
Normalmente as pessoas vão tentar as dietas da moda, essas que são publicadas
em revistas voltadas ao assunto ou nos primeiros link do Google quando você
joga "como emagrecer?".
O
problema é que essas dietas são restritivas, ou seja, as pessoas diminuem
drasticamente a quantidade de calorias ingeridas durante o dia, tornando um
martírio realizá-las durante um longo período.
É
evidente que após uma semana, 15 dias, existe uma perda de peso que geralmente
não é de gordura, e sim, de massa muscular. No entanto, como não existe ser
humano que aguente passar fome daquele jeito, é quase inevitável a volta para
os alimentos deliciosos e extremamente calóricos. Resultado de tudo isso:
efeito sanfona. Você acaba engordando mais do que emagreceu.
Então,
não faça dieta, faça reeducação alimentar. O nutricionista é o profissional
especializado para te auxiliar nessa mudança de hábitos alimentares.
E
lembre-se: emagrecer não é passar fome. Pelo contrário, você vai comer várias
vezes ao dia alimentos saudáveis e muito provavelmente não sentirá essa vontade
louca de comer.
Metabolismo
basal refere-se a atividade metabólica necessária para a manutenção das funções
fisiológicas (sistema nervoso, pulmonar, cardiorrespiratório, etc), sendo
responsável por aproximadamente 60 a 70% do consumo diário de calorias do nosso
organismo.
A
taxa metabólica pode variar de acordo com alguns aspectos: sexo, idade,
composição corporal, etc.
Existem
algumas fórmulas que podemos utilizar para identificar a taxa metabólica de
cada individuo, assim como um teste chamado calorimetria.
A perda de peso acontece a partir do momento que existe um balanço calórico negativo, ou seja, gasta-se mais calorias do que consome. Vamos
a um exemplo, fórmula de Henry e Rees (1991): homem de 30 anos, 90 kg,
sedentário, metabolismo basal = em torno de 1900 kcal/dia.
Com
esses número em mãos o nutricionista (novamente um profissional especializado)
consegue elaborar seu cardápio com 1700 kcal/dia. Então, se você precisa de
1900kcal e consome 1700kcal = -200 kcal/dia.
A
boa notícia é que com a mudança dos hábitos alimentares, aliada a prática
frequente de exercícios físicos, seu metabolismo basal tende a acelerar e,
consequentemente, seu organismo gastará mais calorias em repouso.
3-
Cuidado com as emoções.
É
comum perceber no relato das pessoas que sofrem com obesidade/sobrepeso a
íntima relação entre os sentimentos e a comida. Se está feliz/come, está
triste/come, foi promovido/come, brigou com a mulher ou marido/come, o time
perdeu/come.
Qualquer coisa que acontece em sua vida é um fator estressor e, literamente afoga-se as magoas comendo.
Qualquer coisa que acontece em sua vida é um fator estressor e, literamente afoga-se as magoas comendo.
Isso
é agravado porque geralmente os alimentos escolhidos nesses momentos são os hipercalóricos.
Portanto, nesse processo de emagrecimento também é super importante o
acompanhamento e orientação de um psicólogo.
4-
Exames necessários.
Ao
iniciar um processo de emagrecimento é necessário a realização de um hemograma
completo para identificar se o sedentarismo/sobrepeso não causou nenhum "estrago"
ao seu organismo.
Geralmente
é pedido um exame de sangue para verificar colesterol, glicemia, hormônios,
ácido úrico, triglicérides, ferro, e muitos outros.
Mas
por que tudo isso? Todos esses parâmetros serão utilizados pelo nutricionista
na hora da elaborar seu cardápio. Por exemplo, tem alteração no colesterol,
alguns alimentos serão diminuídos ou até retirados da sua dieta.
Fora
isso, um check-up completo cardiológico é essencial, pois para potencializar a
perda de peso será necessário iniciar um programa de exercícios físicos (já
vamos falar sobre isso) e é fundamental a liberação de um cardiologista para o
início das atividades.
A
obesidade/sobrepeso e o sedentarismo representam um risco enorme á saúde e
apenas um médico pode avaliar os danos causados ao nosso organismo.
5-
Hormônios.
Esse
é um tema que pela sua complexidade já existem várias teses de mestrado, mas é
outro ponto importante no processo de emagrecimento.
Todo
mundo já escutou falar em problemas na tiroide, hormônio T3 e T4, certo?
Existem muitos outros hormônios que influenciam na perda de peso e o endocrinologista será o responsável por tratar de alguma disfunção desta natureza.
Existem muitos outros hormônios que influenciam na perda de peso e o endocrinologista será o responsável por tratar de alguma disfunção desta natureza.
6-
Exercícios físicos.
Lembram
da conta feita no item metabolismo basal?
Homem
de 30 anos, 90 kg, sedentário, de acordo com a fórmula de Henry e Rees (1991),
seu metabolismo basal estaria em torno de 1900 kcal/dia e uma dieta de
1700kcal/dia.
Utilizando
o exemplo acima, vamos supor que esta pessoa faz uma caminhada leve de 30
min/dia, gastando em média de 220kcal. No final de cada dia serão -420 kcal/dia
(200 dieta + 220 exercícios).
É
evidente que ao aumentar o tempo de treinamento ou a intensidade, o gasto
calórico será maior, assim como essa diferença entre calorias consumidas e utilizadas
crescerá substancialmente. Ex: corrida leve 30 minutos = 300kcal (aprox.) + 30
minutos musculação = 150kcal (aprox.), total de 450kcal em média por treino. Nesse
caso, em um dia, a diferença de kcal é de 650 (450kcal exercícios + 200kcal
prescrição alimentar).
Nesse
momento entra a figura do profissional de educação física na elaboração da
periodização de treinamento adequado para cada individuo.
Não
fique bravo, mas treinar é completamente diferente de ir malhar na academia com
seu amigo e realizarem o mesmo tipo de treino.
Treinamento
é um processo individualizado e sistematizado, onde existe um planejamento
prévio de todas as atividades a partir do resultado de alguns testes (teste
aeróbio, de força, avaliação postural) para determinação da carga de
treinamento, exercícios mais adequados, além de objetivos a serem alcançados a
cada etapa de treinamento.
Além
do gasto calórico, o exercício físico melhora a capacidade cardiorrespiratória,
a força muscular, a flexibilidade, ajuda no controle do colesterol, diminui os
riscos de osteoporose, auxilia na regulação hormonal, melhora a autoestima, e
muitos outros.
Agora que você leu todo esse texto e provavelmente irá procurar um acompanhamento especializado, lembre-se que é você quem compra os alimentos e prepara sua refeição, é você quem decide o quê almoçar todos os dias, é você quem segue ou não as orientações médicas, é você quem prefere não fazer exercícios e ficar sentado no sofá assistindo TV.