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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O que comer após o treino?




Texto escrito pela nutricionista Priscila Moreira:

- Nutricionista Clínica e Esportiva
- Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – SP
- Instituto de Metabolismo e Nutrição - IMeN

A qualidade de vida, a recuperação e/ou manutenção da saúde, a prática regular de exercícios físicos, a estética, o ganho e definição da massa muscular, a perda de peso, as relações interpessoais, o treinamento, entre outros, são alguns dos motivos que têm levado as pessoas a procurar cada vez mais as academias.

O Fato da minoria dos usuários de suplementos procurar orientação de nutricionistas pode ser explicado pela grande discrepância entre os objetivos dos nutricionistas (alimentação saudável) e os objetivos imediatos do esportista em uma academia (desempenho e estética).

A alimentação tem papel fundamental tanto para promoção da saúde e prevenção/tratamento de doenças, quanto para melhora do desempenho esportivo e estética.

Independente do objetivo, seja para ganho de massa muscular, ou emagrecimento, realizar uma refeição após o treino é imprescindível para promover a recuperação muscular e suprir os estoques de glicogênio despendidos durante a atividade física. O que vai variar, de acordo com o tipo físico e o objetivo de cada um, é a quantidade de alimento e a necessidade de suplementação.

Vale lembrar que, durante a atividade física, o principal “combustível” utilizado é o glicogênio, proveniente dos carboidratos, por isso a indicação do consumo de alimentos ricos em carboidrato antes do treino: Pães, frutas, cereais etc. Se o objetivo for ganho de massa muscular, a indicação de uma suplementação a base de carboidrato pode ser avaliada e indicada.

Após o treino, devemos consumir alimentos que consigam suprir as necessidades de carboidrato e proteína. Dependendo do horário do treino, do objetivo e do tipo físico, pode ser avaliado e indicado o uso de suplementos alimentares. Sem esquecer que, o suplemento entra na alimentação para complementar, e não para substituir qualquer refeição.

Opções para o pós-treino:

Caso o treino termine próximo ao horário do almoço ou jantar, vale a pena caprichar em uma refeição completa e balanceada:

Arroz + feijão + carne magra (boi/peixe/frango) + legumes + salada de folhas + fruta ou suco natural.

Caso o treino termine em horários intermediários opções mais leves são mais apropriadas:

Vitamina de frutas com leite desnatado OU Pão com queijo magro + suco de frutas OU Iogurte com cereais...

Lembrando sempre que uma avaliação nutricional individual é indispensável, para que possa ser traçado um plano alimentar eficaz.

Consulte um nutricionista!

NNutr. Priscila Moreira
Tel: (11) 7827-5359
@prilamoreira



quinta-feira, 14 de julho de 2011

As brincadeiras e jogos no processo ensino-aprendizagem do futebol


Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

O futebol em nosso país é o esporte mais conhecido, o mais assistido dentre os transmitido pela mídia, e indiscutivelmente o mais praticado por crianças, jovens e adultos. Esta adesão, muitas vezes, acontece devido à condição social da população, que não tem fácil acesso a centros esportivos ou locais propícios a descoberta e aprendizado de outros esportes. Outro fator importante que reforça a abrangência do futebol é a facilidade com que ele é jogado, pois se faz necessário apenas uma bola, seja ela de borracha, oficial ou simplesmente uma bola de meia.

Mas, às vezes, na ausência do objeto de desejo (a bola), é comum encontrarmos crianças brincando de futebol, por exemplo, no recreio da escola com uma latinha da refrigerante, um copinho de plástico ou qualquer objeto, simulando um jogo. Outras vezes, formam até balizas com materiais também alternativos como mochilas, pedras, etc, para deixar a brincadeira mais semelhante ao jogo propriamente dito. Este tipo de situação é mais comum do que podemos imaginar, pois é necessário apenas criatividade, imaginação, características inerentes nas crianças. A criançada, desde cedo, “brinca de jogar futebol”, tendo como maior objetivo satisfazer a vontade de jogar e imaginar-se jogando como seu ídolo. Nas palavras de Freire (2006, p.02):

[...] basta dar uma volta por aí, pelas áreas das praias, pelas quadras de futebol de salão, pelas ruas de terra ou de asfalto, por cada pedacinho de chão onde uma bola possa rolar, o observador atento descobrirá que o futebol para o brasileiro é uma grande brincadeira. Jogar tem sido a maior diversão da infância brasileira, principalmente da infância mais pobre e masculina, dos meninos de pés descalços, das periferias, dos lugares onde sobra algum espaço para brincar.

No entanto, com o aumento de escolas de esportes e escolinhas de futebol, locais que, nem sempre empregam profissionais capacitados para o ensino dos esportes, seja ele professor de Educação Física ou ex-jogador de futebol, percebe-se uma preocupação excessiva na execução “correta” da técnica do esporte. Este método de ensino, geralmente, privilegia o mais habilidoso da turma, excluindo aqueles que, por vários motivos, não desenvolveram a técnica fora daquele ambiente, além de trazer à tona o esporte-performance (alcançar seu melhor rendimento) precocemente. Este assunto é abordado mais profundamente em um outro no artigo do grupo - “O desenvolvimento motor dos atletas das categorias de base - a especialização precoce”.

Discordando desta concepção, Freire (2006) enfatiza a necessidade de um ambiente rico em brincadeiras e sem sistematizações rígidas, respeitando e valorizando a os conhecimentos prévios a respeito do futebol, e criando um ambiente saudável e prazeroso para o aprendizado do esporte. Nesse sentido, podemos citar algumas brincadeiras ou jogos que podem ser aplicadas nas aulas de futebol, como: jogo dos 10 passes, mãe da rua, pega-pega, base 4, gol a gol, rebatida, três dentro / três fora, bobinho, bater faltas, linha etc.

Cada brincadeira ou jogo exige a execução de um ou mais fundamentos do esporte, por exemplo, para passes altos e chutes de primeira, podemos utilizar o três dentro / três fora, pois os jogadores têm que trocar passes altos, sem deixar a bola cair no chão, para depois finalizar e tentar marcar o gol. Na rebatida são dois jogadores contra dois, enquanto dois deles ficam defendendo as traves, um dos outros dois chuta tentando fazer o gol. Se houve uma rebatida dos goleiros, um deles irá sair da área do goleiro e tentará roubar a bola dos dois chutadores, para levá-la até a sua área. Nesse caso, trabalhamos finalização por meio dos chutes, assim como na situação de rebatida dos goleiros, acontece um jogo 2X1. Por fim, o mãe da rua adaptado para o futebol, no qual você pode deixar o pegador com uma bola e os demais passando de um lado para o outro saltitando sobre uma perna só, para que o pegador tente capturar mais pegadores conduzindo a bola.

As atividades descritas acima são apenas alguns exemplos do que pode ser realizado, pois existem inúmeras possibilidades de adaptação e modificação para o trabalho dentro do esporte. Estas atividades estimulam a participação e possibilita o desenvolvimento dos fundamentos do esporte, assim como um aumento de respostas motoras, como nos diz Scaglia (apud NISTA-PICCOLO, 2003, p.69):

A exploração do tema pelo lúdico é o momento em que o aluno tem a oportunidade da descoberta, da criação em cima da temática da aula, ou seja, numa brincadeira adaptada, a criança usa seu repertório motor para aprender, desenvolver, criar, descobrir um novo movimento.

Por isso, é importante ressaltar e reconhecer a necessidade das brincadeiras estarem presentes durante as aulas, sendo utilizadas como uma ferramenta pedagógica eficiente e prazerosa, pois se as próprias crianças gostam e realizam as atividades na rua, na escola, nos parques, nada mais justo que transportá-las para o futebol.

O brincar sempre estará ligado à aprendizagem, seja de um esporte, da matemática ou do português. Dessa forma, não podemos transformar o processo ensino-aprendizagem do futebol em uma repetição de movimentos engessada e burocrática, desvalorizando toda a magia, a pureza e a liberdade dos jogos e brincadeiras.

Referências Bibliográficas

FREIRE, JOÃO BATISTA. Pedagogia do futebol. 2.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

SCAGLIA, A. J. Escola de futebol: uma prática pedagógica. In: NISTA-PICCOLO, VILMA (Org.). Pedagogia dos esportes. 3.ed. Campinas: Papirus, 2003.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Cientistas estudam a memória muscular


Uma boa notícia para quem já suou para ganhar músculos e depois abandonou a atividade: um estudo em camundongos mostra que o corpo lembra desse período de exercícios intensos. Isso facilita a recuperação da forma física no futuro. A origem dessa "memória muscular" está nos miócitos -células longas, contráteis e salpicadas de núcleos, que formam os músculos.

Após intensa atividade física, novos núcleos são adicionados às fibras musculares existentes. Esses núcleos estimulam a produção de proteínas, o que aumenta o volume do músculo.

Músculos, porém, atrofiam após um período de desuso. O que se pensava é que a perda de massa muscular estava ligada à queda no número de núcleos em miócitos ou à morte dessas células.

Mas cientistas da Universidade de Oslo, na Noruega, descobriram que a quantidade de núcleos permanece praticamente inalterada após um longo período de desuso. A massa muscular é reduzida por alterações no volume do miócito, não por apoptose (morte celular).

A recuperação dessa massa é mais rápida em quem apresenta um histórico de atividade muscular intensa, pois o lento processo de incorporação de núcleos ao miócito pode ser dispensado.

Camundongo manco

Para chegar aos resultados, a equipe de Oslo, liderada por Jo Bruusgaard, observou o número de núcleos em um músculo da pata de camundongo usando certos indicadores específicos.

A sobrecarga muscular foi obtida rompendo-se parcialmente um músculo dos dedos do animal que auxilia outro músculo maior.

Sem o músculo auxiliar, o maior precisava de mais energia para realizar os mesmos movimentos. Entre 6 e 10 dias após a operação, o número de núcleos de miócitos cresceu nesse músculo.

O aumento no número de núcleos precedeu em quase três dias o aumento no volume do músculo, sugerindo uma relação causal.

A atrofia muscular, por outro lado, foi simulada pelo rompimento da ligação de um nervo que estimulava o músculo da pata. O volume muscular caiu durante 14 dias após a cirurgia.

Os autores do estudo, publicado na revista "PNAS", sugerem que a prática de exercícios seja feita na juventude, pois o processo de adição de núcleos aos miócitos é mais lento em idosos.

Fonte: Folha de S. Paulo
Edição: F.C.
17.08.2010

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O desenvolvimento motor dos atletas nas categorias de base e a especialização precoce

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

Quando pensamos na formação dos atletas de futebol, um aspecto primordial para os profissionais da área é o conhecimento sobre desenvolvimento motor. Esta importância lhe é atribuída devido influência exercida pelos conteúdos aplicados em aula, que podem comprometer o desenvolvimento anatômico e/ou fisiológico, como na construção do acerto motor pelas crianças e adolescentes.

Neste contexto, buscando em Gallahue e Ozmum (2005) um referencial de desenvolvimento motor, no qual está dividido em fases e estágios, e demonstrado por meio da ampulheta de desenvolvimento, cujo o conceito se fundamenta no que denominam do “recheio da vida”, que seria a “areia” entrando na ampulheta por dois recipientes que influenciam no desenvolvimento: o hereditário e o ambiental. O recipiente hereditário (genótipo) possui uma quantidade fixa de areia. No entanto, o recipiente ambiental (fenótipo) não é limitado previamente, ou seja, a areia entrará de acordo com os estímulos encontrados no meio onde vive.

É oportuno ressaltar que durante o período de formação em locais destinados a prática do futebol, essencialmente estará presente neste recipiente ambiental, a figura do técnico ou do professor de educação física.

Figura 2- Modelo de Gallahue do desenvolvimento motor durante o ciclo da vida

Fonte – GALLAHUE E OZMUM, 2005 p.65

Concordando com o modelo de desenvolvimento motor descrito acima, Tani et al. (1998) relatam a necessidade maturacional do organismo para execução de algumas atividades, ou seja, uma criança jamais correrá antes de andar. No entanto, algumas crianças começam a andar primeiro que outras, tendo elas a mesma faixa etária. Neste cenário, está presente o princípio da individualidade biológica, assim como os estímulos presentes no ambiente onde vive, os dois aspectos influenciando no desenvolvimento.

Ao relacionar os conceitos anteriormente expressos a respeito do tema desenvolvimento motor ao ensino do esporte, podemos refletir em relação aos conteúdos aplicados (fator ambiental) em escolinhas e clubes de futebol, abordando uma questão importante no contexto da formação dos atletas de futebol, que é a chamada especialização precoce. Para isso, vamos ater-nos às duas últimas fases de desenvolvimento, pois é a faixa etária na qual, normalmente, se inicia a aprendizagem esportiva, assim como eleva-se a freqüência da prática do esporte.

Entende-se por especialização esportiva o período em que se adotam programas e métodos de treinamentos especializados. É quando a criança pratica sistematicamente, principalmente, um único esporte, tendo como objetivo participar de competições e aprimorar a técnica dos fundamentos, assim como desenvolver conhecimentos táticos e as capacidades físicas exigidas para aquela modalidade esportiva (SANTANA, 2001).

Paes (1996), aponta que devido a cobrança excessiva por resultados positivos em competições, nas categorias de base, os jovens são avaliados por suas capacidades físicas, pelo seu desenvolvimento diferenciado comparado as outras crianças ou jovens, levando-os a exercer uma determinada função ou posição específica, a qual, conseqüentemente, implicará no treinamento limitado das especificidades técnicas daquela posição. Este procedimento terá resultados imediatos para a equipe. Por outro lado, considerando a formação motora do atleta e a sua mudança de categoria, o mesmo sucesso dificilmente será alcançado, como coloca o próprio autor:

[...] terá uma serie de dificuldades, quase que insuperáveis para exercer a função que lhe foi ensinada no primeiro período de aprendizagem, pois na atual categoria, ele dependerá de outros elementos fundamentais que não lhes foram oferecidos no devido estágio. (PAES, 1996, p.56).

Dentro deste contexto, as crianças são submetidas a exercícios extremamente desgastantes, cópias fidedignas do treinamento dos adultos, onde realizam inúmeras repetições do mesmo movimento fora do contexto de jogo, com o objetivo de aprimorar ou refinar as técnicas usualmente utilizadas em determinadas posições, em fases onde o primordial não é a execução perfeita da técnica, e sim, a experimentação e aquisição de experiências motoras diversas que auxilie na construção de um repertório de respostas motrizes rico em possibilidades frente aos desafios do esporte.

Segundo Oliveira (1998, p.34):

Mesmo tratando-se de especializar, nada deve ser antecipado: a precocidade pode cercear a variabilidade de movimentos e prejudicar o desenvolvimento motor, comprometendo o futuro tanto pessoal quanto esportivo do individuo. Alias, a precocidade é um fator que, comumente, encontramos no esporte e revela um triste quadro de desconhecimento do que significa desenvolvimento motor e suas implicações sobre a vida.

A especialização é inevitável no esporte de alto nível, entretanto a aquisição das habilidades motoras especiais tem que ocorrer no tempo certo. O trabalho deve ser pautado em uma estrutura de treinamento adequado ao desenvolvimento individual, proporcionando uma formação básica múltipla, garantindo a aquisição de movimentos coordenativos gerais (WEINECK, 2000).

Sabe-se que necessariamente ao longo do processo de formação do atleta a especialização irá acontecer, mas quando acontece precocemente, estamos cerceando o direito da criança desenvolver padrões de movimentos gerais, básicos ou essenciais para o seu desenvolvimento motor. Além disso, carregam as implicações de serem considerados “mini adultos”, trazendo consigo todos os anseios, as pressões, as cobranças, a preocupação com o rendimento, em fases que o chamariz deve ser o brincar, o aprender, o prazer em praticar o esporte.

Nesse sentido, Scaglia (2003, p.61) indaga que “o esporte deve permitir ao iniciante a obtenção de uma cultural corporal, proporcionando ao jovem uma aprendizagem motora adequada”, culminando na fase pré-escolar e escolar num processo ensino-aprendizagem embasado em atividades e esportes diversificados, privilegiando a formação motora geral, para numa fase posterior iniciar o aprimoramento da técnica.

Tal pensamento vai ao encontro do raciocínio de Freire (2006), que enfatiza a necessidade de um ambiente rico em brincadeiras e sem sistematizações rígidas, transformando o esporte em um momento prazeroso e motivador, para que estas experiências favoreçam as construções motoras, sociais e cognitivas do praticante. Sendo assim, o autor apresenta a “pedagogia da rua”, proposta que visa a valorização da cultura popular relacionada ao futebol. As brincadeiras e jogos comumente praticados por crianças e adolescentes nas ruas, nos parques, nas escolas, devem ser preservados, isto é, além de respeitar e atribuir a devida importância aos conhecimentos prévios a respeito do esporte, amplia-se as possibilidades de aprendizagem, assim como a formação primordial de uma base motora consistente e preparada para futuros treinamentos mais específicos.

A partir deste estudo, percebemos a relevância do tema desenvolvimento motor e a enorme responsabilidade de professores de educação física e técnicos de futebol diretamente envolvidos nas categorias de base, pois lhe é concebido o poder de direcionar e influenciar o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes praticantes do esporte.


Referências Bibliográficas

FREIRE, JOÃO BATISTA. Pedagogia do futebol. 2.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.

GALLAHUE, DAVID L; OZMUN, JOHN C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3.ed. São Paulo: Phorte, 2005.

TANI, GO et al. Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU, 1988.

OLIVEIRA, MARCELO de. Desporto de base: a importância da escola de esportes. São Paulo: Ícone, 1998.

PAES, ROBERTO RODRIGUES. Aprendizagem e competição precoce: o caso do basquetebol. 2.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

SANTANA. WILTON C. Futsal: metodologia da participação. Londrina: Lido, 2001.

SCAGLIA, A. J. Escola de futebol: uma prática pedagógica. In: NISTA-PICCOLO, VILMA (Org.). Pedagogia dos esportes. 3.ed. Campinas: Papirus, 2003.

WEINECK, JÜRGEN. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2000.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Para que serve a avaliação física?



A avaliação física é processo que identifica as condições físicas do individuo, suas possíveis limitações, assim como é uma ferramenta importante para verificar se os objetivos traçados para o período foram alcançados. Os dados coletados na avaliação física são fundamentais na elaboração do treinamento, seja para quem inicia ou para aquele que regularmente realiza atividades físicas, pois trás as seguintes informações:

- Avaliação de força, resistência e flexibilidade;

- Avaliação cardiorrespiratória (pressão arterial, limiar aeróbio e anaeróbio, volume de O2);

- Medidas antropométricas (dobras cutâneas, percentual de gordura, circunferências);

- Peso;

- Altura;

- Avaliação postural (cifose, lordose);

- Limitações físicas e contra-indicações;

- Teste de anamnese, incluindo hábitos alimentares, doenças genéticas, estilo de vida, etc.

Uma boa avaliação começa pela escolha dos protocolos e pela pessoa que a realiza, tendo que ser um profissional capacitado e treinado para tal função, para que os dados fornecidos mostrem a real condição do avaliado. Erros na escolha do protocolo ou na ação do avaliador trarão dados inexistentes, resultando na elaboração de um plano de treinamento inadequado. Por isso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas, o que permite avaliar e acompanhar a evolução do aluno, identificando se os objetivos traçados inicialmente foram alcançados. Além disso, serve para alterar o programa de treinamento e para estabelecer novas metas.

Abaixo segue um exemplo da importância da avaliação física.

Um aluno cujo o objetivo é emagrecer, ao iniciar um programa de treinamento está com 105 kg, 45% de gordura corporal e uma circunferência abdominal de 110 cm. Inicialmente, o objetivo é chegar aos 90 kg. O aluno ansioso para ver os resultados, todos os dias se pesa na balança de casa. Após alguns meses de treinamento chegou a 100 kg, ficando longe dos 90 pretendido. No entanto, a avaliação física identificou que o percentual caiu de 45% para 37% e a circunferência abdominal de 110 cm para 100.

A diminuição desses dois parâmetros é significativo para a saúde do individuo, assim como para motivá-lo a continuar praticando atividades físicas regularmente.

Movimente-se !!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Responsabilidade social: o esporte incentivando e contribuindo na educação dos jovens


Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

Quando colocamos em pauta o assunto responsabilidade social, imediatamente reconhecemos algumas vertentes de atuação das empresas: funcionários trabalhando como voluntários ou aplicação de recursos financeiros em projetos sociais, programas de qualidade de vida para colaboradores, sustentabilidade de comunidades localizadas em regiões próximas a empresa, etc.

Segundo Ashley (2002, p. 6), o conceito de responsabilidade social é assim definido:

Responsabilidade social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo especifico, agindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel especifico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela.[...] Assim, numa visão expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

Nesse sentido, um exemplo que alia futebol e educação é o projeto “Bola pra frente, educação pra gente”, da empresa Alunorte, controlada pela Vale do Rio Doce, com participação da companhia Norueguesa Norsk Hydro, criado em 2001, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. Este projeto acontece no município de Barbacena e Belém, envolvendo mais de 600 alunos de escolas públicas da cidade. Para integrar a equipe Alunorte Rain Forest (ARF), que todo ano participa da Copa Noruega, os adolescentes disputam um campeonato chamado Copa Alunorte, em que os 18 melhores jogadores são escolhidos para irem a Noruega. Mas, para isso, estes jovens devem ter boas notas na escola e fazer parte das ações Prêmio Educacional, no qual são realizadas palestras por exemplo, sobre violência doméstica contra a criança e o adolescente e sexualidade na adolescência, tendo como proposta a realização de trabalhos como redação, cartazes e avaliações periódicas. Segundo a Secretaria de Educação, o interesse pela escola aumentou em 19% em função do projeto.

Atitudes socialmente responsáveis como o projeto “Bola pra Frente, Educação pra gente”; o Programa Educação pelo Esporte, criado em 1995 pelo Instituto Ayrton Senna, desenvolvido com a Audi AG, da Alemanha e o Centro Rexona de Excelência de Voleibol, auxiliam na formação de jovens muitas vezes excluídos na sociedade e sem perspectiva de futuro, com um chamariz já praticado nas ruas, nas escolas, em parques: o esporte.

Sabemos que o esporte possui esta característica aglutinadora, sendo responsável direto pela integração de crianças e jovens em algumas ações sócio-educativas, beneficiando assim, não só a formação de um indivíduo socialmente ativo, com a oportunidade de modificar um cenário que lhe parecia nebuloso, mas também como na construção de uma sociedade com um pouco mais de igualdade, dignidade e respeito. Portanto, se existem ferramentas como o esporte, que levam os nossos jovens a voltarem à escola, isto deve ser incentivado por todos: Estado, iniciativa privada e sociedade civil.

Referências bibliográficas

ASHLEY, PATRÍCIA ALMEIDA. (Coord.). Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.

CASTRO, EDSON. Soma de futebol com esforço no estudo leva 18 jovens ao Norway Cup. Unisol, Universidade Solidária, 27 de agosto 2007. Disponível em: http://www.universidadesolidaria.org.br/site/pagina.php?idclipping=7863&idmenu=45. Acesso em: 08 de fevereiro 2008.

PASCHOAL, ENGEL. Responsabilidade Social e Ética: Esporte Social Clube. Colégio Módulo, 12 de maio 2003. http://www.colegiomodulo.com.br/Default.asp?Codigo=266&Secao=&SubSecao=. Acesso em: 08 de fevereiro 2008.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Esclareça mitos sobre como acabar com o acúmulo de gordura na barriga



Todo mundo conhece uma receita para emagrece e perder a barriga. Apelar para cintas compressoras, roupas que estimulem o suor na região da cintura e equipamentos específicos para fazer abdominais são algumas medidas recomendadas por aí. Mas será que elas surtem efeito? Para tirar a dúvida, o UOL Ciência e Saúde ouviu especialistas no assunto e conta, a seguir, o que é mito ou verdade.

1 - Vinagre de maçã ajuda a diminuir a gordura e afinar a silhueta

Mito. Segundo o endocrinologista Marcio Mancini, do Hospital das Clínicas de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), nehum tipo de vinagre ajuda a diminuir a gordura. O mesmo vale para o suco de limão.

2 – A Caralluma Fimbriata e outros produtos vendidos para emagrecimento possibilitam a perda de peso sem regime

Mito. Mancini avisa que a Caralluma não é remédio, mas um suplemento alimentar que nem possuía registro na Anvisa e estava sendo vendido ilegalmente no Brasil. Ele explica que outros remédios existentes no mercado tentam, de alguma forma, ajudar a controlar os hábitos alimentares, ou a eliminar parte da gordura ingerida (sem deixar que seja absorvida). De acordo com o médico, eles auxiliam, mas não resolvem o problema sozinhos.

3 - É possível perder gordura numa parte específica do corpo com exercícios localizados

Mito. Exercícios localizados utilizam gordura fornecida pela corrente sanguínea e não pelo tecido adiposo da região que está sendo trabalhada. O que é possível com esse tipo de exercícios é fortalecer a musculatura da área treinada. Com a musculatura tonificada, a região fica mais “durinha”, o que pode melhorar a aparência. Segundo Mancini, se a pessoa vai emagrecer mais no abdômen ou nas coxas, isso vai depender da predisposição genética de cada um.

4 - É possível perder gordura só na barriga

Mito. Mancini explica que as pessoas primeiro engordam na periferia do corpo (embaixo da pele, nos membros, nádegas, quadris), mas elas têm uma capacidade determinada geneticamente para ganhar peso nessas regiões. Depois que as células gordurosas da periferia ficam repletas, começa a ser armazenada gordura no abdômen, tanto embaixo da pele como profundamente, nos vasos e nos órgãos. Algumas pessoas praticamente não ganham peso na periferia (em geral homens de pernas finas, que quando engordam ganham peso no abdômen) e outras podem ganhar muito peso na periferia (em geral mulheres de quadris e coxas avantajados, que não engordam muito no abdômen). Para emagrecer, o processo é o mesmo.

5 - A caminhada é melhor que a corrida para queimar barriga

Mito. Mancini comenta que caminhar é ótimo, mas evidentemente correr aumenta mais o gasto calórico do que andar. A corrida é um exercício mais intenso que a caminhada e por isso causa um maior gasto calórico e consequente emagrecimento. É claro que tudo depende de quem está praticando. Para os mais sedentários, com menor condicionamento físico, a corrida pode ser um exercício intenso demais, e a pessoa não consegue manter o tempo suficiente para o emagrecimento. Nesse casos, a caminhada é mais indicada. Também em obesos e pessoas com problemas no aparelho locomotor, a corrida pode ser contraindicada por causa do impacto, sendo a caminhada uma boa opção (dentre outras).

6 - Os exercícios aeróbios são melhores pra perder gordura que os exercícios anaeróbios (como a musculação)

Parcialmente verdade. Os exercícios aeróbios são muito importantes para a saúde cardiovascular e, especialmente nos dois primeiros meses, muito eficientes para e perda de peso. Mas, como mostra o professor Paulo Gentil, do Grupo de Estudos Avançados em Saúde e Exercícios (Gease), em seu livro “Emagrecimento: quebrando mitos e mudando paradigmas”, os exercícios anaeróbios intervalados (como por exemplo alternar 1 minuto de corrida na maior intensidade possível e 1 minuto de caminhada para descanso) se mostraram mais eficientes que os aeróbios em períodos superiores a dois meses. Mesmo nos dois primeiros meses, os exercícios intervalados apresentaram resultados semelhantes aos aeróbios, mas com menor perda de massa muscular. É importante não confundir perda de peso absoluto e emagrecimento. A perda de massa muscular diminui o peso, mas também diminui o metabolismo, podendo aumentar a tendência a engordar. A manutenção da massa magra é importante para a saúde do indivíduo (como massa magra entendemos tudo que não é gordura, em especial estamos falando de ossos e músculos que são pesados e podem causar diferenças significativas na balança). Os exercícios resistidos (como os de musculação) normalmente não são tão eficientes para a perda de peso quanto os aeróbios e os intervalados. Mas o Mancini explica que, quando se aumenta a massa muscular com os exercícios de resistência, o corpo passa a queimar mais calorias (os músculos utilizam muita energia para se manter). Portanto, os dois são importantes.

7 - Beber chope e cerveja aumentam a barriga

Parcialmente verdade. Essas bebidas têm calorias e podem engordar. Mas, como explica Mancini, o cada um engorda nas regiões em que é predisposto geneticamente. Dependendo da pessoa, pode ser na barriga, ou em outros locais como quadris, glúteos, pernas etc. Segundo o personal trainer Beto Fernandes, cada grama de álcool tem aproximadamente 7 calorias, e um copo de 300 ml de chope tem algo em torno de 120 calorias. Logo, a bebida ingerida em excesso engorda. Mas não adianta substituir o chope por qualquer outra coisa. O refrigerante com açúcar, por exemplo, tem aproximadamente a mesma quantidade de calorias que a cerveja e pode engordar igualmente. Vale lembrar que os petiscos que acompanham a cerveja também participam desse aumento de consumo calórico.

8 - Usar cintas compressoras de abdômen ajudam a perder barriga

Mito. A cinta causa uma compressão local temporária, pode ser a solução para aquela festa onde você precisa estar com a aparência perfeita, mas a longo prazo é preciso se esforçar, cuidando da alimentação e fazendo exercícios. Não há milagres. Mancini diz que com a cinta você só perde barriga na silhueta. Além disso, o uso constante dessas cintas pode causar falta de força na musculatura postural, que acostuma com o suporte extra. O ideal é tentar se policiar para manter a postura e a barriga para dentro, fortalecendo os músculos do abdômen que sustentam a barriga, ajudando a diminuir o volume.

9 - Fazer longos períodos de jejum ajudam a emagrecer e perder barriga

Parcialmente verdade. O jejum emagrece, os os quilos voltam rapidamente assim que a pessoa volta a comer, como explica Mancini. Além disso, o jejum prolongado pode oferecer risco de vida.

10 - Fazer exercício em jejum potencializa a perda de gordura

Parcialmente verdade. Não há ainda comprovações sobre a eficiência dos exercícios feitos em jejum. Algumas pessoas parecem não se adaptar, apresentando até mesmo desmaios (o corpo induz o desmaio devido a falta de energia disponível) e algumas pessoas apresentam menor desempenho no exercício, pois o corpo diminui o metabolismo. Já outros se adaptam bem a esse tipo de treino. Existem pesquisas que demonstram que em jejum a mobilização de gordura para a atividade é maior, mas esse efeito é muito pequeno. Segundo o professor Paulo Gentil, uma forma de explicar por que algumas pessoas conseguem emagrecer se exercitando em jejum é a redução da ingestão calórica diária, pois a pessoa precisa se programar para passar de 8 a 12 horas sem comer, além disso, é necessária força de vontade e disciplina, que podem ajudar na dieta e treinos.

Para Mancini, o sacrifício não vale à pena: há risco de mal estar, tontura, hipoglicemia.

11 - Fazer exercício com muitas roupas para manter o calor ajuda a emagrecer

Mito. Mancini explica que simplesmente suar não emagrece. O mesmo vale para a sauna. Com o suor você perde água, por isso muitas vezes observamos efeito na balança logo depois do exercício, mas você terá que repor posteriormente essa água perdida.

12 - Exercícios abdominais diminuem a gordura da barriga

Mito. Fernandes explica que, se a barriga proeminente for fruto de flacidez, o exercício abdominal faz o músculo voltar à posição anatômica normal e o volume diminui. Agora, se a barriga for causada por excesso de gordura, o abdominal não vai adiantar. O gasto calórico nos exercícios abdominais é pequeno, por isso não exerce grande influência no emagrecimento.

Como resume Mancini, exercícios abdominais fortalecem os músculos. Já os exercícios aeróbicos diminuem a barriga.

Site: Uol

Por Ceres Prado

Fontes: Beto Fernandes, personal trainer; Marcio Mancini, médico do Hospital das Clínicas de SP e presidente do departamento da obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem); e Paulo Gentil, presidente do Grupo de Estudos Avançados em Saúde e Exercícios (Gease) e autor do livro “Emagrecimento: quebrando mitos e mudando paradigmas"

Movimente-se !!!!


Os futuros talentos esportivos freqüentam as aulas de Educação Física. Mas, quem são eles?

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

Em todos os esportes, sejam eles coletivos ou individuais, normalmente, existe a procura por crianças que demonstrem principalmente capacidades físicas e habilidades diferenciadas, e com isso, grande perspectiva de se tornarem atletas profissionais. Alguns serão escolhidos por meio de processos seletivos realizados nos clubes e outros por indicação de amigos, professores de Educação Física ou pessoas influentes dentro de um determinado ambiente esportivo. Este processo de identificação é um dos grandes dilemas da atualidade, no qual cabem estudos aprofundados com o intuito de não perder futuros potenciais atletas devido a falhas nos critérios utilizados.

Para Barbanti (2005), um ponto importante a ser observado é a tradicional divisão por idades, pois uma criança pode apresentar uma variação de até três anos no desenvolvimento físico. Por isso, são comuns casos de crianças que se destacam em uma faixa etária devido ao desenvolvimento diferenciado em relação aos colegas, e que, no processo natural de mudança de categoria, no qual as capacidades físicas estão mais equiparadas, não mantém aquela superioridade apresentada na fase anterior.

No futebol as chamadas “peneiras” são realizadas não só para selecionar garotos para serem treinados, mas também como fonte de captação de recursos. No entanto, infelizmente, por falta de competência administrativa dos mesmos, nem sempre, há um planejamento a longo prazo consistente e delineado que, com a venda de jogadores, após a profissionalização, possibilite um retorno financeiro suficiente para suprir os investimentos aplicados na formação dos atletas.

No mesmo sentindo, as famílias dessas crianças almejam um futuro financeiro melhor a partir do “sucesso” tão sonhado para seus filhos no ambiente esportivo do futebol, pois em um país em que as diferenças sociais são gritantes, com uma distribuição de renda extremamente injusta, uma “válvula de escape” para uma possível mudança social é o esporte, especialmente o futebol que é recheado de historias de superação e aumento considerável de poder aquisitivo, apresentado pela mídia.

Uma proposta diferente dos métodos tradicionais de detecção de talentos esportivos é o Projeto Descoberta do Talento Esportivo ocorrido em 2006, uma parceria do Ministério dos Esportes e do governo de Estado de Mato Grosso do Sul, por meio das secretarias de Educação (SED) e de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel). Os alunos de 20 escolas estaduais de Campo Grande, foram submetidos a um processo de identificação de potenciais talentos para o esporte, por meio de nove testes de aptidão física. Os alunos que apresentam talento para qualquer modalidade esportiva, serão cadastrados em um Banco de Talentos, do Ministério do Esporte. Este banco fica disponível no site do Ministério para ser consultado por entidade de esportes competitivos. Além disso, os alunos com talento para o tênis, futsal, atletismo e ginástica olímpica serão integrados ao Programa Estadual de Formação de Profissionais e Atendimento aos Alunos com Altas Habilidades/Superdotação, desenvolvido pela SED. Dentro do programa esses alunos receberão apoio e treinamento para que possam desenvolver suas potencialidades para o esporte.

Não se sabe se este projeto é o mais adequado para identificação de jovens talentos, mas, não se pode negar que no ambiente escolar nos deparamos com alunos diferenciados durante a prática de alguns esportes, principalmente o futebol, que no país é o esporte mais praticado. Até por essa influência cultural, algumas crianças apresentam extrema facilidade na pratica do futebol, não sendo mais desenvolvido devido à falta de oportunidades e incentivos.

A escola é um celeiro de jovens talentosos, portanto, caberia um projeto específico governamental ou privado para que potenciais não sejam perdidos e que não dependa apenas da boa vontade do professor para encaminhá-los a clubes ou escolinhas de esportes. É evidente que a proposta da Educação Física escolar não é e nem deve ser formar para o esporte profissional, só que fechar os olhos para futuros atletas não seria a melhor atitude, pois certamente estas pessoas freqüentam a escola e, conseqüentemente, as aulas de Educação Física.

Referências bibliográficas

BARBANTI, VALDIR J. Formação de esportistas. Editora Manole, 2005.

ALVES, VIVIAN DE CASTRO. Testes em 20 escolas estaduais destacam talentos esportivos. Sed, Mato Grosso do Sul , 20 abril 2006. Disponível em: http://www.sed.ms.gov.br/index.php?templat=vis&site=98&id_comp=213&id_reg=1712&voltar=lista&site_reg=98&id_comp_orig=213. Acesso em: 02 de novembro de 2007.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Conciliar cigarro e atividade física pode aumentar riscos a saúde



Fonte: GI

Escrito por: Tahiane Stochero e Mário Barra


Especialistas alertam para riscos

Antes ou depois das práticas esportivas, o fumo traz prejuízos, especialmente à capacidade de aproveitamento da respiração, condição necessária para o bom rendimento das atividades. “Quando você fuma e logo em seguida faz exercício físico, isso é desastroso, pois a sua pressão arterial aumenta. Para quem tem problema de hipertensão pode levar a complicações”, explica a médica Elnara.

O cigarro é também um fator de risco para doenças coronarianas. Por isto, quem fuma há anos e resolve praticar atividades físicas está exposto ao risco de infarto. “Antes de começar a fazer atividade física, (o fumante) precisa fazer um check-up cardiovascular e pulmonar completo”, recomenda Elnara. Caso os exames mostrem que o paciente está apto, ele pode se exercitar com níveis graduais de esforço, acompanhado de um especialista.

De acordo com o médico do esporte e fisiatra Mário Sérgio Rossi Vieira, o cigarro piora o rendimento tanto de atletas profissionais quanto de pessoas que praticam exercícios físicos regularmente. “O cigarro vai afetar entre 20% a 30% da capacidade cardiovascular do fumante”, explica o especialista do Hospital Albert Einstein.

Mário Sérgio alerta que nem mesmo quem fuma só depois dos exercícios escapa dos danos ao corpo. “Cigarro depois de exercício físico é perigoso, você está respirando de maneira forte e acaba inalando uma substância altamente tóxica.”

Fumar também leva a uma diminuição do muco no sistema respiratório. A substância protege o organismo contra agentes infecciosos como bactérias, vírus e partículas suspensas no ar poluído.

O cigarro ainda pode levar ao endurecimento de vasos sanguíneos, fenômeno que aumenta a pressão arterial, e ao surgimento de aterosclerose - placas de gordura que aparecem na parede de artérias e veias.


Atletas em risco

A médica pneumologista Elnara Negri explica que o dano do cigarro ao corpo também é notado na destruição das membranas que envolvem as células do corpo e na alteração do DNA. São sintomas conhecidos como estresses oxidativos.

Segundo Elnara, atletas de alto rendimento como maratonistas podem ter a saúde comprometida pelo fumo, pois o estresse oxidativo é piorado. “São pessoas que já têm um envelhecimento mais precoce. Com a ação do cigarro, a destruição do corpo é potencializada.”

Na avaliação do médico do esporte e fisiatra Mário Sérgio, entre atletas de alto rendimento fumar é algo que se faz escondido. “Na minha experiência prática, eu raramente vejo um atleta sendo um fumante rotineiro”, afirma Mário. “Eles podem fumar no final de semana, esporadicamente, quando a gente não pode fiscalizar, mas é muito raro entre os atletas sérios.”

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Emagrecer ajuda a diminuir dores no joelho


Fonte: Boa Saúde

Pessoas obesas tendem a desenvolver mais problemas no joelho do que aquelas dentro do peso normal. É o que aponta estudos apresentados no Encontro Anual de 2011 da American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS). Segundo esses, obesos sofrem mais com artrite e se recuperam com maior dificuldade de cirurgias no joelho.

Alguns danos podem ser revertidos, mas outros são irreparáveis. O emagrecimento ajuda na diminuição dos problemas, principalmente das dores, uma vez que diminui o peso sobre os joelhos. Realizado com pacientes obesos que se submeteram a cirurgias bariátricas, os estudos mostraram que todos relataram melhora nas dores após um ano do procedimento.

"Por muito tempo as pessoas sentiram que não havia nada que poderia fazer para atenuar os efeitos debilitantes da artrite do joelho, mas agora sabemos que o emagrecimento cirurgicamente assistido é uma maneira que pode ajudar", diz Michael S. Sridhar, co-investigador e residente na Universidade de Emory. "No entanto, provavelmente há algum elemento de dano irreparável em obesos mórbidos que pode restringir a melhora da dor no joelho, apesar da perda de peso significativa", completa.

Pesquisadores do Departamento de Cirurgia Ortopédica do Hospital Roper constataram que obesos mórbidos, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 45, apresentam incidência maior de complicações após cirurgias no joelho, tais como vermelhidão ao redor da ferida cirúrgica, inchaço das pernas, infecções bacterianas, distúrbios respiratórios, complicações neurológicas e gastrointestinais e arritmias cardíacas.

Estudos relacionados ao tratamento de problemas no joelho, geralmente associam a perda de peso com a prática de atividades físicas. Agora, estudo realizado pela Penn State College of Medicine mostra que a perda de peso isolada auxilia na diminuição das dores. "Outros estudos analisaram o efeito que uma combinação de dieta de perda de peso e exercício teve sobre a artrite do joelho, mas era difícil dizer qual destes fatores contribuiu mais para a redução da dor no joelho. Nosso estudo mostra que a perda de peso é uma consideração importante no tratamento de artrite do joelho", diz Christopher Edwards, co-investigador Penn State College of Medicine.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Musculação orientada pelo professor ou pelos amigos?


Você deixaria um amigo fazer uma cirurgia em você?

Quando surge o pensamento “quero malhar, para qual academia eu vou?”, é comum as pessoas escolherem a academia onde estão os seus amigos. Por um lado esta escolha é super benéfica, pois existe um incentivo extra na hora do treinamento e a adaptação aquele novo ambiente se torna mais tranquila e prazerosa. O problema é quando o aluno (este que acabou de entrar) inicia na musculação e quer realizar o mesmo treino daquele que malha há 2, 3 anos. Além disso, ainda recebe as orientações a respeito dos movimentos a serem realizados, regulagem dos aparelhos, tempo de recuperação, por meio do amigo que se considera capaz e com conhecimento para isso. Apenas praticar musculação não é suficiente !!!

O final dessa história é sempre a mesma, queixas de dores pelo corpo, principalmente dores lombares e nos ombros, sem falar da frustração por não alcançar o seu objetivo.

O que é bom para o seu amigo, pode não dar certo com você. Este é o principio da individualidade biológica, ou seja, as pessoas são diferentes e necessitam de treinamentos que respeitem o condicionamento físico de cada um, adequando a intensidade, o tempo de recuperação, tipo de treinamento de força, progressão de cargas, etc. Por isso, sempre procure o profissional de Educação Física, com certeza você será bem orientado e alcançará seus objetivos.

Cuide do seu corpo, não o entregue a pessoas despreparadas.

Movimente-se !!!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Futsal/futebol feminino: perspectivas

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

O futebol de salão feminino segundo Santana e Reis (2007) “[...] foi autorizado pela Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) em 23 de abril de 1983”. O que, desde então, provocou uma significativa evolução, pois “em âmbito nacional, além da tradicional Taça Brasil de Clubes, que em 2003 completou a XII edição, formou-se pela primeira vez uma Seleção Brasileira do gênero - mais precisamente em 07/12/2001, quando de um jogo amistoso com o Paraguai, em Londrina (PR), e promoveu-se, em 2002, o I Campeonato Brasileiro de Seleções. Nesse último, realizado em São Paulo com a participação dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, essa última foi campeã”.

Com a evolução da seleção brasileira principal, a qual vive seu melhor momento na historia, de acordo com a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), passou-se a ter uma necessidade de expandir o futsal para torná-lo Olímpico, pois, para isso é necessário que seja praticado pelos gêneros masculino e feminino (SANTANA e REIS, 2007). Mas o futebol feminino não é tão recente. Segundo Moura (2007) ele começou a ser praticado em 1940 por mulheres do subúrbio do Rio de Janeiro:

O futebol estava sendo praticado de maneira organizada em torneios e exibições de gala por mulheres do subúrbio carioca, causando uma calorosa discussão entre médicos, jornalistas, populares, professores, intelectuais e o próprio Governo Vargas. Os embates realizados principalmente nos jornais cariocas mais expressivos da época questionavam se tal esporte poderia ser praticado ou não por nossas "patrícias" (como se dizia na época). Correr atrás de uma bola era negar o papel de mãe responsável pela geração de uma "nova raça".

Começava assim uma discussão referente aos movimentos que a mulher poderia realizar, assim como sofrer lesões e se isso afetaria sua reprodução. Porém o que os especialistas da época não levaram em conta era que o homem também sofria lesões. Nessa época, o presidente Vargas, tomando como base tal "cientificidade", estabeleceu a primeira Legislação Esportiva Nacional, que acabou proibindo o futebol feminino em nosso país. Deste modo, durante décadas, o futebol feminino lutou contra essas restrições, “conseguindo com isso ultrapassar as fronteiras daquilo que seria "esportes femininos" e "esportes não-femininos" (MOURA,2007).

De acordo com este último autor citado, com o espaço alcançado pela mulher na ultima década o universo futebolístico não é mais homogêneo, pois com essas mudanças sociais e culturais a mulher passou a desenvolver um futebol prático e de qualidade. A Educação Física foi um fator importante no ambiente escolar, pois as meninas tiveram um incentivo maior dos professores de Educação Física para que também praticassem futebol em suas aulas.

Para Moura (2007), apesar do futebol feminino, no Brasil, ainda viver de altos e baixos, principalmente o chamado "futebol profissional" (falta de campeonatos, de torneios, equipes que se formam e rapidamente se extinguem por falta de apoio, etc.), pode-se dizer que o mesmo já conquistou uma boa parte das mulheres. Mas é importante ressaltar que o futebol de campo ainda não tem uma estruturação. Somente o futebol de salão está mais bem estruturado em nosso país, o qual, de acordo com pesquisa realizada por Santana e Reis (2007), está se iniciando precocemente, no estado do Paraná. Porém, a grande maioria das meninas começa na rua em locais onde não ocorre a iniciação esportiva, o qual, ainda que informal e desprovido de um tratamento pedagógico é favorável ao aprendizado do futsal.

No estado do Paraná Santana e Reis (2007) montaram a seguinte tabela para melhor compreensão das características do perfil atual da jogadora de futebol:

*Esta tabela contém dados do estado do Paraná.

Assim, Santana e Reis (2007), concluem que,

Por conta de o futsal feminino, diferentemente do masculino, carecer de uma categorização regulamentada a respeito da divisão etária das suas diversas categorias, julgam pertinente que a Confederação Brasileira de Futsal em geral e as Federações em particular se preocupem em homogeneizar a faixa-etária. Isso evitaria tratamentos distintos para a mesma categoria.

Deste modo fica a questão: qual idade certa para a mulher iniciar sua pratica no futsal? De acordo com Santana e Reis (2007) a menina, começando precocemente a pratica do futebol, poderá se equivocar em algumas fases da vida, assim o professor de Educação Física deve procurar ensinar sem exageros de forma que ela possa, sem pressa, viver sua adolescência e conhecer o que deseja futuramente. Os professores devem ter cuidados pedagógicos com a iniciação esportiva, para que não proporcionem as meninas os mesmos problemas que os meninos vêem desenvolvendo com a especialização esportiva precoce.

Mas, para além dos cuidados com a iniciação esportiva, “atualmente, para as mulheres brasileiras, sua participação” (enquanto jogadoras de futsal) “ultrapassa o entendimento de que as mesmas tenham apenas um papel de relevância secundária, sendo coadjuvantes, como a mãe que lava os uniformes dos meninos, a irmã que limpa as chuteiras, a namorada que prepara os canapés e serve as bebidas, etc. Elas agora se afirmam tendo um papel sócio-esportivo no mesmo nível dos homens brasileiros. Não igual, pois o direito à diferença articula um caminho para uma convivência mais saudável entre os sexos e para a construção de um gênero humano que se componha como uma unidade na diversidade” (MOURA, 2007).

Bibliografia:

Futsal feminino: perfil e implicações pedagógicas. Paraná, 12/2003.

Disponível em http://www.pedagogiadofutsal.com.br/artigo_004.asp;>. Acesso em 15 de outubro 2007. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 11, n. 4, p. 45-50, out./dez. 2003.

MOURA,ERIBERTO LESSA. O futebol feminino no Brasil. Disponível em http://www.mesquitaonline.com.br/artigos_mostrar.php?cod=56;>. Acesso em 15 de outubro 2007.