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terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Musculação reduz pressão arterial em hipertensos, mostra estudo

sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O que comer após o treino?

- Nutricionista Clínica e Esportiva
- Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia – SP
- Instituto de Metabolismo e Nutrição - IMeN
A qualidade de vida, a recuperação e/ou manutenção da saúde, a prática regular de exercícios físicos, a estética, o ganho e definição da massa muscular, a perda de peso, as relações interpessoais, o treinamento, entre outros, são alguns dos motivos que têm levado as pessoas a procurar cada vez mais as academias.
O Fato da minoria dos usuários de suplementos procurar orientação de nutricionistas pode ser explicado pela grande discrepância entre os objetivos dos nutricionistas (alimentação saudável) e os objetivos imediatos do esportista em uma academia (desempenho e estética).
A alimentação tem papel fundamental tanto para promoção da saúde e prevenção/tratamento de doenças, quanto para melhora do desempenho esportivo e estética.
Independente do objetivo, seja para ganho de massa muscular, ou emagrecimento, realizar uma refeição após o treino é imprescindível para promover a recuperação muscular e suprir os estoques de glicogênio despendidos durante a atividade física. O que vai variar, de acordo com o tipo físico e o objetivo de cada um, é a quantidade de alimento e a necessidade de suplementação.
Vale lembrar que, durante a atividade física, o principal “combustível” utilizado é o glicogênio, proveniente dos carboidratos, por isso a indicação do consumo de alimentos ricos em carboidrato antes do treino: Pães, frutas, cereais etc. Se o objetivo for ganho de massa muscular, a indicação de uma suplementação a base de carboidrato pode ser avaliada e indicada.
Após o treino, devemos consumir alimentos que consigam suprir as necessidades de carboidrato e proteína. Dependendo do horário do treino, do objetivo e do tipo físico, pode ser avaliado e indicado o uso de suplementos alimentares. Sem esquecer que, o suplemento entra na alimentação para complementar, e não para substituir qualquer refeição.
Opções para o pós-treino:
Caso o treino termine próximo ao horário do almoço ou jantar, vale a pena caprichar em uma refeição completa e balanceada:
Arroz + feijão + carne magra (boi/peixe/frango) + legumes + salada de folhas + fruta ou suco natural.
Caso o treino termine em horários intermediários opções mais leves são mais apropriadas:
Vitamina de frutas com leite desnatado OU Pão com queijo magro + suco de frutas OU Iogurte com cereais...
Lembrando sempre que uma avaliação nutricional individual é indispensável, para que possa ser traçado um plano alimentar eficaz.
Consulte um nutricionista!
Tel: (11) 7827-5359
@prilamoreira
quinta-feira, 14 de julho de 2011
As brincadeiras e jogos no processo ensino-aprendizagem do futebol

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/
O futebol em nosso país é o esporte mais conhecido, o mais assistido dentre os transmitido pela mídia, e indiscutivelmente o mais praticado por crianças, jovens e adultos. Esta adesão, muitas vezes, acontece devido à condição social da população, que não tem fácil acesso a centros esportivos ou locais propícios a descoberta e aprendizado de outros esportes. Outro fator importante que reforça a abrangência do futebol é a facilidade com que ele é jogado, pois se faz necessário apenas uma bola, seja ela de borracha, oficial ou simplesmente uma bola de meia.
Mas, às vezes, na ausência do objeto de desejo (a bola), é comum encontrarmos crianças brincando de futebol, por exemplo, no recreio da escola com uma latinha da refrigerante, um copinho de plástico ou qualquer objeto, simulando um jogo. Outras vezes, formam até balizas com materiais também alternativos como mochilas, pedras, etc, para deixar a brincadeira mais semelhante ao jogo propriamente dito. Este tipo de situação é mais comum do que podemos imaginar, pois é necessário apenas criatividade, imaginação, características inerentes nas crianças. A criançada, desde cedo, “brinca de jogar futebol”, tendo como maior objetivo satisfazer a vontade de jogar e imaginar-se jogando como seu ídolo. Nas palavras de Freire (2006, p.02):
[...] basta dar uma volta por aí, pelas áreas das praias, pelas quadras de futebol de salão, pelas ruas de terra ou de asfalto, por cada pedacinho de chão onde uma bola possa rolar, o observador atento descobrirá que o futebol para o brasileiro é uma grande brincadeira. Jogar tem sido a maior diversão da infância brasileira, principalmente da infância mais pobre e masculina, dos meninos de pés descalços, das periferias, dos lugares onde sobra algum espaço para brincar.
No entanto, com o aumento de escolas de esportes e escolinhas de futebol, locais que, nem sempre empregam profissionais capacitados para o ensino dos esportes, seja ele professor de Educação Física ou ex-jogador de futebol, percebe-se uma preocupação excessiva na execução “correta” da técnica do esporte. Este método de ensino, geralmente, privilegia o mais habilidoso da turma, excluindo aqueles que, por vários motivos, não desenvolveram a técnica fora daquele ambiente, além de trazer à tona o esporte-performance (alcançar seu melhor rendimento) precocemente. Este assunto é abordado mais profundamente em um outro no artigo do grupo - “O desenvolvimento motor dos atletas das categorias de base - a especialização precoce”.
Discordando desta concepção, Freire (2006) enfatiza a necessidade de um ambiente rico em brincadeiras e sem sistematizações rígidas, respeitando e valorizando a os conhecimentos prévios a respeito do futebol, e criando um ambiente saudável e prazeroso para o aprendizado do esporte. Nesse sentido, podemos citar algumas brincadeiras ou jogos que podem ser aplicadas nas aulas de futebol, como: jogo dos 10 passes, mãe da rua, pega-pega, base 4, gol a gol, rebatida, três dentro / três fora, bobinho, bater faltas, linha etc.
Cada brincadeira ou jogo exige a execução de um ou mais fundamentos do esporte, por exemplo, para passes altos e chutes de primeira, podemos utilizar o três dentro / três fora, pois os jogadores têm que trocar passes altos, sem deixar a bola cair no chão, para depois finalizar e tentar marcar o gol. Na rebatida são dois jogadores contra dois, enquanto dois deles ficam defendendo as traves, um dos outros dois chuta tentando fazer o gol. Se houve uma rebatida dos goleiros, um deles irá sair da área do goleiro e tentará roubar a bola dos dois chutadores, para levá-la até a sua área. Nesse caso, trabalhamos finalização por meio dos chutes, assim como na situação de rebatida dos goleiros, acontece um jogo 2X1. Por fim, o mãe da rua adaptado para o futebol, no qual você pode deixar o pegador com uma bola e os demais passando de um lado para o outro saltitando sobre uma perna só, para que o pegador tente capturar mais pegadores conduzindo a bola.
As atividades descritas acima são apenas alguns exemplos do que pode ser realizado, pois existem inúmeras possibilidades de adaptação e modificação para o trabalho dentro do esporte. Estas atividades estimulam a participação e possibilita o desenvolvimento dos fundamentos do esporte, assim como um aumento de respostas motoras, como nos diz Scaglia (apud NISTA-PICCOLO, 2003, p.69):
A exploração do tema pelo lúdico é o momento em que o aluno tem a oportunidade da descoberta, da criação em cima da temática da aula, ou seja, numa brincadeira adaptada, a criança usa seu repertório motor para aprender, desenvolver, criar, descobrir um novo movimento.
Por isso, é importante ressaltar e reconhecer a necessidade das brincadeiras estarem presentes durante as aulas, sendo utilizadas como uma ferramenta pedagógica eficiente e prazerosa, pois se as próprias crianças gostam e realizam as atividades na rua, na escola, nos parques, nada mais justo que transportá-las para o futebol.
O brincar sempre estará ligado à aprendizagem, seja de um esporte, da matemática ou do português. Dessa forma, não podemos transformar o processo ensino-aprendizagem do futebol em uma repetição de movimentos engessada e burocrática, desvalorizando toda a magia, a pureza e a liberdade dos jogos e brincadeiras.
Referências Bibliográficas
FREIRE, JOÃO BATISTA. Pedagogia do futebol. 2.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.
SCAGLIA, A. J. Escola de futebol: uma prática pedagógica. In: NISTA-PICCOLO, VILMA (Org.). Pedagogia dos esportes. 3.ed. Campinas: Papirus, 2003.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Cientistas estudam a memória muscular

Uma boa notícia para quem já suou para ganhar músculos e depois abandonou a atividade: um estudo em camundongos mostra que o corpo lembra desse período de exercícios intensos. Isso facilita a recuperação da forma física no futuro. A origem dessa "memória muscular" está nos miócitos -células longas, contráteis e salpicadas de núcleos, que formam os músculos.
Após intensa atividade física, novos núcleos são adicionados às fibras musculares existentes. Esses núcleos estimulam a produção de proteínas, o que aumenta o volume do músculo.
Músculos, porém, atrofiam após um período de desuso. O que se pensava é que a perda de massa muscular estava ligada à queda no número de núcleos em miócitos ou à morte dessas células.
Mas cientistas da Universidade de Oslo, na Noruega, descobriram que a quantidade de núcleos permanece praticamente inalterada após um longo período de desuso. A massa muscular é reduzida por alterações no volume do miócito, não por apoptose (morte celular).
A recuperação dessa massa é mais rápida em quem apresenta um histórico de atividade muscular intensa, pois o lento processo de incorporação de núcleos ao miócito pode ser dispensado.
Camundongo manco
Para chegar aos resultados, a equipe de Oslo, liderada por Jo Bruusgaard, observou o número de núcleos em um músculo da pata de camundongo usando certos indicadores específicos.
A sobrecarga muscular foi obtida rompendo-se parcialmente um músculo dos dedos do animal que auxilia outro músculo maior.
Sem o músculo auxiliar, o maior precisava de mais energia para realizar os mesmos movimentos. Entre 6 e 10 dias após a operação, o número de núcleos de miócitos cresceu nesse músculo.
O aumento no número de núcleos precedeu em quase três dias o aumento no volume do músculo, sugerindo uma relação causal.
A atrofia muscular, por outro lado, foi simulada pelo rompimento da ligação de um nervo que estimulava o músculo da pata. O volume muscular caiu durante 14 dias após a cirurgia.
Os autores do estudo, publicado na revista "PNAS", sugerem que a prática de exercícios seja feita na juventude, pois o processo de adição de núcleos aos miócitos é mais lento em idosos.
Fonte: Folha de S. Paulo
Edição: F.C.
17.08.2010
quinta-feira, 30 de junho de 2011
O desenvolvimento motor dos atletas nas categorias de base e a especialização precoce

Quando pensamos na formação dos atletas de futebol, um aspecto primordial para os profissionais da área é o conhecimento sobre desenvolvimento motor. Esta importância lhe é atribuída devido influência exercida pelos conteúdos aplicados em aula, que podem comprometer o desenvolvimento anatômico e/ou fisiológico, como na construção do acerto motor pelas crianças e adolescentes.
Neste contexto, buscando em Gallahue e Ozmum (2005) um referencial de desenvolvimento motor, no qual está dividido em fases e estágios, e demonstrado por meio da ampulheta de desenvolvimento, cujo o conceito se fundamenta no que denominam do “recheio da vida”, que seria a “areia” entrando na ampulheta por dois recipientes que influenciam no desenvolvimento: o hereditário e o ambiental. O recipiente hereditário (genótipo) possui uma quantidade fixa de areia. No entanto, o recipiente ambiental (fenótipo) não é limitado previamente, ou seja, a areia entrará de acordo com os estímulos encontrados no meio onde vive.
É oportuno ressaltar que durante o período de formação em locais destinados a prática do futebol, essencialmente estará presente neste recipiente ambiental, a figura do técnico ou do professor de educação física.
Figura 2- Modelo de Gallahue do desenvolvimento motor durante o ciclo da vida
Fonte – GALLAHUE E OZMUM, 2005 p.65
Concordando com o modelo de desenvolvimento motor descrito acima, Tani et al. (1998) relatam a necessidade maturacional do organismo para execução de algumas atividades, ou seja, uma criança jamais correrá antes de andar. No entanto, algumas crianças começam a andar primeiro que outras, tendo elas a mesma faixa etária. Neste cenário, está presente o princípio da individualidade biológica, assim como os estímulos presentes no ambiente onde vive, os dois aspectos influenciando no desenvolvimento.
Ao relacionar os conceitos anteriormente expressos a respeito do tema desenvolvimento motor ao ensino do esporte, podemos refletir em relação aos conteúdos aplicados (fator ambiental) em escolinhas e clubes de futebol, abordando uma questão importante no contexto da formação dos atletas de futebol, que é a chamada especialização precoce. Para isso, vamos ater-nos às duas últimas fases de desenvolvimento, pois é a faixa etária na qual, normalmente, se inicia a aprendizagem esportiva, assim como eleva-se a freqüência da prática do esporte.
Entende-se por especialização esportiva o período em que se adotam programas e métodos de treinamentos especializados. É quando a criança pratica sistematicamente, principalmente, um único esporte, tendo como objetivo participar de competições e aprimorar a técnica dos fundamentos, assim como desenvolver conhecimentos táticos e as capacidades físicas exigidas para aquela modalidade esportiva (SANTANA, 2001).
Paes (1996), aponta que devido a cobrança excessiva por resultados positivos em competições, nas categorias de base, os jovens são avaliados por suas capacidades físicas, pelo seu desenvolvimento diferenciado comparado as outras crianças ou jovens, levando-os a exercer uma determinada função ou posição específica, a qual, conseqüentemente, implicará no treinamento limitado das especificidades técnicas daquela posição. Este procedimento terá resultados imediatos para a equipe. Por outro lado, considerando a formação motora do atleta e a sua mudança de categoria, o mesmo sucesso dificilmente será alcançado, como coloca o próprio autor:
[...] terá uma serie de dificuldades, quase que insuperáveis para exercer a função que lhe foi ensinada no primeiro período de aprendizagem, pois na atual categoria, ele dependerá de outros elementos fundamentais que não lhes foram oferecidos no devido estágio. (PAES, 1996, p.56).
Dentro deste contexto, as crianças são submetidas a exercícios extremamente desgastantes, cópias fidedignas do treinamento dos adultos, onde realizam inúmeras repetições do mesmo movimento fora do contexto de jogo, com o objetivo de aprimorar ou refinar as técnicas usualmente utilizadas em determinadas posições, em fases onde o primordial não é a execução perfeita da técnica, e sim, a experimentação e aquisição de experiências motoras diversas que auxilie na construção de um repertório de respostas motrizes rico em possibilidades frente aos desafios do esporte.
Segundo Oliveira (1998, p.34):
Mesmo tratando-se de especializar, nada deve ser antecipado: a precocidade pode cercear a variabilidade de movimentos e prejudicar o desenvolvimento motor, comprometendo o futuro tanto pessoal quanto esportivo do individuo. Alias, a precocidade é um fator que, comumente, encontramos no esporte e revela um triste quadro de desconhecimento do que significa desenvolvimento motor e suas implicações sobre a vida.
A especialização é inevitável no esporte de alto nível, entretanto a aquisição das habilidades motoras especiais tem que ocorrer no tempo certo. O trabalho deve ser pautado em uma estrutura de treinamento adequado ao desenvolvimento individual, proporcionando uma formação básica múltipla, garantindo a aquisição de movimentos coordenativos gerais (WEINECK, 2000).
Sabe-se que necessariamente ao longo do processo de formação do atleta a especialização irá acontecer, mas quando acontece precocemente, estamos cerceando o direito da criança desenvolver padrões de movimentos gerais, básicos ou essenciais para o seu desenvolvimento motor. Além disso, carregam as implicações de serem considerados “mini adultos”, trazendo consigo todos os anseios, as pressões, as cobranças, a preocupação com o rendimento, em fases que o chamariz deve ser o brincar, o aprender, o prazer em praticar o esporte.
Nesse sentido, Scaglia (2003, p.61) indaga que “o esporte deve permitir ao iniciante a obtenção de uma cultural corporal, proporcionando ao jovem uma aprendizagem motora adequada”, culminando na fase pré-escolar e escolar num processo ensino-aprendizagem embasado em atividades e esportes diversificados, privilegiando a formação motora geral, para numa fase posterior iniciar o aprimoramento da técnica.
Tal pensamento vai ao encontro do raciocínio de Freire (2006), que enfatiza a necessidade de um ambiente rico em brincadeiras e sem sistematizações rígidas, transformando o esporte em um momento prazeroso e motivador, para que estas experiências favoreçam as construções motoras, sociais e cognitivas do praticante. Sendo assim, o autor apresenta a “pedagogia da rua”, proposta que visa a valorização da cultura popular relacionada ao futebol. As brincadeiras e jogos comumente praticados por crianças e adolescentes nas ruas, nos parques, nas escolas, devem ser preservados, isto é, além de respeitar e atribuir a devida importância aos conhecimentos prévios a respeito do esporte, amplia-se as possibilidades de aprendizagem, assim como a formação primordial de uma base motora consistente e preparada para futuros treinamentos mais específicos.
A partir deste estudo, percebemos a relevância do tema desenvolvimento motor e a enorme responsabilidade de professores de educação física e técnicos de futebol diretamente envolvidos nas categorias de base, pois lhe é concebido o poder de direcionar e influenciar o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes praticantes do esporte.
Referências Bibliográficas
FREIRE, JOÃO BATISTA. Pedagogia do futebol. 2.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2006.
GALLAHUE, DAVID L; OZMUN, JOHN C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3.ed. São Paulo: Phorte, 2005.
TANI, GO et al. Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU, 1988.
OLIVEIRA, MARCELO de. Desporto de base: a importância da escola de esportes. São Paulo: Ícone, 1998.
PAES, ROBERTO RODRIGUES. Aprendizagem e competição precoce: o caso do basquetebol. 2.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.
SANTANA. WILTON C. Futsal: metodologia da participação. Londrina: Lido, 2001.
SCAGLIA, A. J. Escola de futebol: uma prática pedagógica. In: NISTA-PICCOLO, VILMA (Org.). Pedagogia dos esportes. 3.ed. Campinas: Papirus, 2003.