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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Futsal/futebol feminino: perspectivas

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

O futebol de salão feminino segundo Santana e Reis (2007) “[...] foi autorizado pela Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA) em 23 de abril de 1983”. O que, desde então, provocou uma significativa evolução, pois “em âmbito nacional, além da tradicional Taça Brasil de Clubes, que em 2003 completou a XII edição, formou-se pela primeira vez uma Seleção Brasileira do gênero - mais precisamente em 07/12/2001, quando de um jogo amistoso com o Paraguai, em Londrina (PR), e promoveu-se, em 2002, o I Campeonato Brasileiro de Seleções. Nesse último, realizado em São Paulo com a participação dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, essa última foi campeã”.

Com a evolução da seleção brasileira principal, a qual vive seu melhor momento na historia, de acordo com a Confederação Brasileira de Futsal (CBFS), passou-se a ter uma necessidade de expandir o futsal para torná-lo Olímpico, pois, para isso é necessário que seja praticado pelos gêneros masculino e feminino (SANTANA e REIS, 2007). Mas o futebol feminino não é tão recente. Segundo Moura (2007) ele começou a ser praticado em 1940 por mulheres do subúrbio do Rio de Janeiro:

O futebol estava sendo praticado de maneira organizada em torneios e exibições de gala por mulheres do subúrbio carioca, causando uma calorosa discussão entre médicos, jornalistas, populares, professores, intelectuais e o próprio Governo Vargas. Os embates realizados principalmente nos jornais cariocas mais expressivos da época questionavam se tal esporte poderia ser praticado ou não por nossas "patrícias" (como se dizia na época). Correr atrás de uma bola era negar o papel de mãe responsável pela geração de uma "nova raça".

Começava assim uma discussão referente aos movimentos que a mulher poderia realizar, assim como sofrer lesões e se isso afetaria sua reprodução. Porém o que os especialistas da época não levaram em conta era que o homem também sofria lesões. Nessa época, o presidente Vargas, tomando como base tal "cientificidade", estabeleceu a primeira Legislação Esportiva Nacional, que acabou proibindo o futebol feminino em nosso país. Deste modo, durante décadas, o futebol feminino lutou contra essas restrições, “conseguindo com isso ultrapassar as fronteiras daquilo que seria "esportes femininos" e "esportes não-femininos" (MOURA,2007).

De acordo com este último autor citado, com o espaço alcançado pela mulher na ultima década o universo futebolístico não é mais homogêneo, pois com essas mudanças sociais e culturais a mulher passou a desenvolver um futebol prático e de qualidade. A Educação Física foi um fator importante no ambiente escolar, pois as meninas tiveram um incentivo maior dos professores de Educação Física para que também praticassem futebol em suas aulas.

Para Moura (2007), apesar do futebol feminino, no Brasil, ainda viver de altos e baixos, principalmente o chamado "futebol profissional" (falta de campeonatos, de torneios, equipes que se formam e rapidamente se extinguem por falta de apoio, etc.), pode-se dizer que o mesmo já conquistou uma boa parte das mulheres. Mas é importante ressaltar que o futebol de campo ainda não tem uma estruturação. Somente o futebol de salão está mais bem estruturado em nosso país, o qual, de acordo com pesquisa realizada por Santana e Reis (2007), está se iniciando precocemente, no estado do Paraná. Porém, a grande maioria das meninas começa na rua em locais onde não ocorre a iniciação esportiva, o qual, ainda que informal e desprovido de um tratamento pedagógico é favorável ao aprendizado do futsal.

No estado do Paraná Santana e Reis (2007) montaram a seguinte tabela para melhor compreensão das características do perfil atual da jogadora de futebol:

*Esta tabela contém dados do estado do Paraná.

Assim, Santana e Reis (2007), concluem que,

Por conta de o futsal feminino, diferentemente do masculino, carecer de uma categorização regulamentada a respeito da divisão etária das suas diversas categorias, julgam pertinente que a Confederação Brasileira de Futsal em geral e as Federações em particular se preocupem em homogeneizar a faixa-etária. Isso evitaria tratamentos distintos para a mesma categoria.

Deste modo fica a questão: qual idade certa para a mulher iniciar sua pratica no futsal? De acordo com Santana e Reis (2007) a menina, começando precocemente a pratica do futebol, poderá se equivocar em algumas fases da vida, assim o professor de Educação Física deve procurar ensinar sem exageros de forma que ela possa, sem pressa, viver sua adolescência e conhecer o que deseja futuramente. Os professores devem ter cuidados pedagógicos com a iniciação esportiva, para que não proporcionem as meninas os mesmos problemas que os meninos vêem desenvolvendo com a especialização esportiva precoce.

Mas, para além dos cuidados com a iniciação esportiva, “atualmente, para as mulheres brasileiras, sua participação” (enquanto jogadoras de futsal) “ultrapassa o entendimento de que as mesmas tenham apenas um papel de relevância secundária, sendo coadjuvantes, como a mãe que lava os uniformes dos meninos, a irmã que limpa as chuteiras, a namorada que prepara os canapés e serve as bebidas, etc. Elas agora se afirmam tendo um papel sócio-esportivo no mesmo nível dos homens brasileiros. Não igual, pois o direito à diferença articula um caminho para uma convivência mais saudável entre os sexos e para a construção de um gênero humano que se componha como uma unidade na diversidade” (MOURA, 2007).

Bibliografia:

Futsal feminino: perfil e implicações pedagógicas. Paraná, 12/2003.

Disponível em http://www.pedagogiadofutsal.com.br/artigo_004.asp;>. Acesso em 15 de outubro 2007. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Brasília, v. 11, n. 4, p. 45-50, out./dez. 2003.

MOURA,ERIBERTO LESSA. O futebol feminino no Brasil. Disponível em http://www.mesquitaonline.com.br/artigos_mostrar.php?cod=56;>. Acesso em 15 de outubro 2007.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Exercícios físicos podem melhorar memória de idosos


Fonte: medplan.com.br

Volume do hipocampo aumenta entre os que praticam atividade aeróbica.

A prática regular de exercícios físicos moderados durante um ano pode aumentar o tamanho do hipocampo cerebral em adultos com mais de 55 anos, proporcionando um aumento da memória espacial, segundo um novo estudo. O hipocampo é a área do cérebro responsável pela formação de todos os tipos de memória.

O estudo, conduzido por pesquisadores das universidades de Pittsburgh, Illinois, Rice e Ohio State, foi publicado na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences.

Art Kramer, diretor do Beckman Institute na Universidade de Illinois e principal autor do estudo, comenta a importância do estudo.

- Os resultados de nossa pesquisa são particularmente interessantes por sugerirem que mesmo modestas quantidades de exercício podem fazer com que adultos idosos sedentários registrem melhora substancial da memória e da saúde do cérebro. Estas melhorias têm implicações importantes para a saúde de nossos cidadãos e para o aumento da população idosa em todo o mundo.

Para seu projeto, os cientistas convocaram 120 idosos sedentários sem qualquer sinal de senilidade (demência) e divididos ao acaso em dois grupos. O primeiro começou a praticar um regime de exercícios leves, como caminhar 40 minutos por dia, três vezes por semana. O segundo manteve apenas atividades como alongamento e exercícios de tonificação muscular.

Os resultados mostram que o grupo que praticou a atividade aeróbica registrou um aumento do volume do hipocampo nos dois lados do cérebro (2,12% no esquerdo, 1,97% no direito).

As mesmas regiões do cérebro dos participantes que ficaram no grupo dos exercícios de alongamento sofreram um aumento de 1,4% e 1,43%, respectivamente.

- Estamos acostumados a achar que a atrofia que ocorre no hipocampo no fim da vida é praticamente inevitável. Mas nós mostramos que mesmo exercícios moderados durante um ano podem aumentar o tamanho desta estrutura. O cérebro nesta fase permanece maleável.

Movimente-se !!!


segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Correr ou não correr resfriado?


Fonte: O2 por minuto

Esta é uma dúvida que poucas vezes atinge o corredor de verdade, entusiasta das passadas. Porém, ela deve ser ponderada quando o que está em jogo é a saúde.

Para alguns, correr com tosse, febre e nariz escorrendo é um suplício. A médica e meia-maratonista carioca Kátia Bloch, 48, afirma que já teve de treinar resfriada mais de uma vez: “Mas não é muito legal; cansa-se mais rápido e seu rendimento é mais baixo, porque se está no alto de suas capacidades físicas e biológicas”.

Já o profissional de marketing Rodrigo Araújo, 26, é mais cauteloso e conta que quando sabe que a enfermidade vai afetar o seu desempenho por dias a fi o, escolhe ficar em casa. “Do contrário, quando é somente uma dor de garganta ou nariz entupido, aí eu encaro meu treino”, conta.

Uma questão de intensidade

Segundo pesquisas da Ball State University, de Indiana, EUA, os sintomas comuns ao resfriado podem ajudar o sistema imunológico, estimulando-o a agir melhor, e, assim, ativando as defesas do corpo contra doenças. É o que sustenta Thomas Weidner, diretor do Laboratório em Pesquisa e Educação sobre Treinamentos Atléticos dessa instituição.

“Exercícios físicos estimulam o sistema imunológico”, disse. “Isso nos leva a acreditar que atividades físicas moderadas podem prevenir doenças como resfriados”, sugere Weidner. Seu grupo de estudos analisou 50 indivíduos que foram inoculados com o rinovírus (principal tipo de vírus associado a resfriados e constipações) e depois divididos em dois grupos. Vinte e cinco desses indivíduos correram, subiram escadas e pedalaram por 40 minutos ininterruptos a uma taxa de 70% de sua FC Máx. (frequência cardíaca máxima) todos os dias. Os 25 restantes foram instruídos a permanecer sedentários, restringindo seus exercícios a caminhadas até o trabalho ou local de estudos.

O grupo que se exercitou se sentiu melhor após os exercícios, mas nenhum dos dois grupos teve os sintomas piorados após o período da pesquisa. “Ninguém se sente bem quando está resfriado, principalmente quando tem sintomas na cabeça. Porém, nossa pesquisa mostrou que as pessoas mesmo assim podem se exercitar”, explica Weidner.

O cientista, porém, adverte: “A decisão de se exercitar deve se basear no local dos sintomas do resfriado. Exercícios leves a moderados são liberados e até indicados a pessoas com sintomas de resfriado localizados do pescoço para cima. Do contrário, se os sintomas também incluem os pulmões e o resto do corpo, o exercício não é recomendado”.

Com febre, nem pensar

O médico do esporte José Kawazoe Lazzoli tem opinião similar ao colega norte-americano. “Com qualquer infecção, não se deve treinar; com febre é absolutamente proibido”, afirma ele. Lazzoli explica o perigo:

“Entre outras complicações, pode-se desenvolver até uma miocardite [infecção no músculo cardíaco]”. Como nem todos os corredores são especialistas em infecções e seus sintomas, ele dá a regra: “Atente para seu estado geral. Caso sinta-se sem energia, não treine”.

Movimente-se!!!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Arthur Friedenreich: um ídolo do futebol, um exemplo de cidadania

Você conhece Arthur Friedenreich?

Ele foi o primeiro ídolo do futebol brasileiro e é considerado até hoje um dos maiores jogadores da história do nosso país. Além de um atleta excepcional, Friedenreich mostrou-se um cidadão que luta pelos seus ideais e pelos interesses da nação.

A revolução de 1932: o governo de Getúlio Vargas decide impor interventores para comandar os estados brasileiros. Inconformada, a elite de São Paulo decide reagir, exigindo eleições e uma nova constituição. Sem outra opção, os opositores da ditadura decidem pegar em armas e combater o governo com suas próprias mãos, em nome da liberdade e da lei. Entre os soldados, atletas famosos do esporte brasileiro, que tomam a decisão de deixar a vida esportista e se engajar na causa política. Arthur Friedenreich, jogador de futebol, ídolo da época, um dos representantes dos batalhões esportistas convocava seus companheiros pelo rádio. Junto a ele, nomes famosos do atletismo como João e Walter Rehder. Todos abriram mão de suas profissões, deixaram de competir importantes eventos, como as Olímpiadas de Los Angeles de 1932. No total, 1500 indivíduos vindos do esporte, craques forçados a interromper a carreira para entrar na guerra contra governo de Getúlio. (Fonte: lidebrasil.com.br)

Devemos muito a estes bravos atletas, que deixaram de lado o esporte, os seus sonhos e objetivos, e lutaram pelos direitos dos brasileiros.

Veja abaixo o vídeo produzido esporte espetacular.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O início das ações táticas defensivas e ofensivas

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/
Desde os primórdios do séc. XIX, o futebol era uma correria enlouquecida atrás da bola e não havia qualquer equilíbrio entre defesa e ataque. Já quando fundada a Football Association em 1863 em Londres, começou-se a ouvir falar de sistemas e tática de jogo, termos que geram confusão até hoje entre os torcedores (FREITAS e VIEIRA, 2006).

Para definir de forma precisa, os autores acima citados mencionam que:

[...] sistema de jogo é a forma como o time está organizado em campo (os famosos 4-4-2, 4-3-3, 3-4-3, etc) e tática, são as estratégias utilizadas em campo para chegar à vitória (coberturas, marcações, jogadas ensaiadas, etc), ou seja, dois times podem jogar com o mesmo sistema de jogo e atuar de maneira totalmente diferente. (p. 99).

Certamente que, para se obter uma vitória num jogo não basta apenas jogadores repletos de talentos e de chutes precisos, mas sim, atletas que sejam capazes de compreender as ações defensivas e ofensivas da sua equipe e da equipe adversária, a fim de manter um equilíbrio dinâmico e constante quando preciso e provocar o desequilíbrio a favor da sua equipe em momentos decisivos, como quando há a possibilidade de se fazer um gol.

Em qualquer esporte, a defesa inicia-se durante o ataque, ou seja, a partir do momento em que o jogador não está atacando mais, ele passa a ser defensor, independente do local em que esteja no espaço de disputa: quadra, campo, piscina ou outro. Por isso, assegurar o equilíbrio ofensivo por “suportes”, ou seja, prever as possíveis respostas dos adversários, constitue formas de ação para não se cair numa situação de inferioridade tática (operacional), logo que a equipe perca a posse da bola (BAYER, 1994). Para este autor há alguns princípios fundamentais da defesa que ele chama de princípios operacionais de defesa que servem para nortear o processo educativo ou a ação de qualquer atleta em situação de jogo:

- recuperação da bola;

- incomodar a progressão do adversário para a baliza à defender;

- proteção da baliza ou do campo.

Da mesma forma ele define também princípios operacionais de ataque, em função dos quais se vão articular todas as ações coletivas e individuais:

- conservação da bola (ou do objeto) quando é recuperada;

- progressão para a baliza adversária;

- realização dum ponto, resultado lógico do ataque à baliza adversária.

Na aplicação destes princípios operacionais de defesa e de ataque, o jogador, que seja ou não portador da posse de bola, para ajustar a sua ação tática, deve analisar diversos variáveis. Entre elas temos:

- sua posição em campo (quadra ou outro espaço de disputa)

- posição da bola (ou do objeto disputado);

- espaços livres (sempre variáveis);

- posição dos companheiros e dos adversários;

- o objetivo a alcançar.

Depois de analisar todas as variáveis possíveis o jogador deve tomar sua decisão ou suas decisões constantemente, o que Bayer (1994, p. 48) chama de regras de ação: “(...) os fatores de execução, os meios de sistemática de base, para poder intervir de maneira eficaz e resolver problemas postos. Estes fatores consistem em ações que supõem um processo de raciocínio, de seleção e de combinações de processos técnicos específicos do jogo”. Algo que só pode ser definido pelo próprio jogador durante sua atuação.

Portanto, como colocado anteriormente, sistema de jogo é diferente de tática de jogo. Mesmo que esses dois coexistam durante um jogo, podemos ensinar os diferentes sistemas de jogo a qualquer jogador, mas a tática do jogo, as decisões que o jogador pode tomar durante uma partida não há como lhe ensinar, pois estas são muitas, talvez milhares. O que é possível fazer é torná-lo inteligente para tomar suas decisões, ou seja, ensinar-lhe a analisar o jogo para decidir e não mecanizar suas ações. Inclusive, se prestarmos atenção nos melhores atletas de esportes coletivos, inclusive de futebol, os considerados melhores do mundo, o que nos encanta em seu jogo é a sua inteligência para tomar decisões táticas.

Referências bibliográficas

FREITAS, ARMANDO; VIEIRA, SILVIA. O que é futebol. Rio de Janeiro: Casa da Palavra: COB, 2006.

BAYER, CLAUDE. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dina livros, 1994.