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domingo, 28 de novembro de 2010

Treinar: suas desculpas acabaram !!!




Os benefícios dos exercícios são inúmeros, mas, para a maioria das pessoas, os motivos não são o suficiente para tirá-los do sedentarismo. Afinal, são tantas as desculpas... Se você está precisando de motivação, confira a lista elaborada pelos médicos do site especializado WebMD, que derruba os principais mitos sobre a falta de vontade de malhar:

"Não tenho tempo": Essa é a principal desculpa das pessoas que não fazem exercícios com regularidade e também a pior, afirma o médico Walter Thompson, da Universidade de Geórgia. É possível encaixar a atividade física ao longo de pequenas brechas ao longo do dia. Ao assistir televisão, pule corda, faça flexões ou levante pesos durante os anúncios. Se tiver uma esteira ou uma bicicleta ergométrica em casa, melhor ainda. Basta colocá-la perto da TV e andar ou pedalar por 30 minutos, ou até mesmo em três blocos de 10 minutos. Para não ser considerada uma pessoa sedentária, é preciso fazer 150 minutos de exercício por semana.

"Estou muito cansado": Pode parecer contraditório, mas malhar aumenta a energia, principalmente nas pessoas que estão muito cansadas. Segundo a professora de educação física Marisa Brunett, a produção de endorfinas diminui dores e melhora o humor, aumentando a disposição, e o movimento melhora a circulação, regulando o metabolismo.

"Meus filhos consomem todo o meu tempo": Em vez de deixar as crianças em casa enquanto tenta arrumar uma brechinha para se exercitar, incorpore a atividade física na rotina da família. Brinque no parque, faça caminhadas na praia, pule corda, jogue futebol, ande de bicicleta. Se seu filho é pequeno, compre um carrinho de bebê esportivo que permita corridas ou caminhadas rápidas, disponível nas melhores lojas de produtos infantis.

"Exercícios são tediosos": Busque uma atividade física que você ame, ensina o fisiologista Mike Bracko, do Instituto de Hóquei de Calgary, no Canadá. O especialista afirma que a malhação deve ser como o sexo, prazeroso do começo ao fim. Se está difícil dar o primeiro passo, busque uma atividade em grupo. Diversos estudos mostram que é mais fácil aderir a uma rotina de exercícios se ela for feita com amigos.

"Não gosto de suar ou de me mexer": O fisiologista Gerard Endress, diretor do Duke Diet & Fitness Center afirma que esta reclamação, por incrível que pareça, é bem comum. Se o problema é o suor, busque academias ou centros esportivos com um bom sistema de refrigeração. A natação é outra opção interessante. Se o problema são as dores causadas pelo movimento, comece devagar e inicie pelas atividades na piscina, que aliviam o peso do corpo.

"Para que começar se sei que vou desistir?": Não pense no longo prazo, afirmam os médicos. É melhor traçar pequenas metas, como se exercitar durante cinco minutos todos os dias, do que achar que vai conseguir passar duas horas seguidas na academia. Aumente o tempo de atividade gradualmente e não se cobre tanto se não der para colocar tudo em prática. Lembre-se: um dia de exercícios é sempre melhor do que nenhum.

Movimente-se!!!

O Globo

Edição: F.C. 05.11.2010

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Os 50 maiores atletas brasileiros de todos os tempos

A revista ESPN convidou jornalistas para eleger os 50 maiores atletas brasileiros de todos os tempos e aqui no blog vê a lista completa.

Para a revista e acredito que para 98% dos brasileiros o primeiro é o rei Pelé, maior jogador de futebol da história e considerado atleta do século, ou seja, Pelé é insuperável e não participou da disputa.

Existe um pequeno texto contando um pouco da carreira, das conquistas e o que representou cada atleta para o esporte brasileiro. Além disso, existe uma excelente matéria escrita pela Vanessa Ruiz, a respeito do primeiro colocado, o saudoso e eterno Ayrton Senna.

Para os que não leram ainda, vale a pena reservar um tempinho do dia e pegar a revista.

Será que faltou alguém? Dê a sua opinião.

Veja como ficou a lista:

1- Ayrton Senna (piloto F1)

2- Garrincha (futebol)

3- Adhemar Ferreira da Silva (atletismo)

4- Guga (tênis)

5- Ronaldo (futebol)

6- Éder Jofre (boxe)

7- Romario (futebol)

8- Zizinho (futebol)

9- Wlamir Marques (basquete)

10- Maria Esther Bueno (tênis)

11- Cesar Cielo (natação)

12- Hortência (basquete)

13- Tostão (futebol)

14- Oscar (basquete)

15- Gérson (futebol)

16- Rivelino (futebol)

17- Torben Grael (velejador)

18- Zico (futebol)

19- Paula (basquete)

20- Robert Sheidt (velejador)

21- Giga (vôlei)

22- Joaquim Cruz (atletismo)

23- Nelson Piquete (piloto F1)

24- Didi (futebol)

25- João do Pulo (atletismo)

26- Nilton Santos (futebol)

27- Amaury Pasos (basquete)

28- Maurren Maggi (atletismo)

29- Emerson Fittipaldi (piloto F1)

30- Leônidas da Silva (futebol)

31- Mauricio (vôlei)

32- Gilmar (futebol)

33- Sócrates (futebol)

34- Falcão (futebol)

35- Ubiratan (basquete)

36- Carlos Alberto (futebol)

37- Roberto Carlos (futebol)

38- Cafu (futebol)

39- Aurélio Miguel (judô)

40- Fofão (vôlei)

41- Gustavo Borges (natação)

42- Ronaldinho Gaúcho (futebol)

43- Marta (futebol)

44- Friedenreich (futebol)

45- Maria Lenk (natação)

46- Jaqueline Silva (vôlei)

47- Bob Burnquist (skate)

48- Daiane dos Santos (ginasta)

49- Ana Moser (vôlei)

50- Rogério Ceni (futebol)

Fonte: Revista ESPN N°13 (edição de aniversário) Nov/2010


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A importância do treinamento de força para os idosos


O aumento no número de idosos é sentido mundialmente e a tendência é de um crescimento significativo nas próximas décadas, pois a expectativa de vida das pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, passará de 66 anos para 73, em 2025. No Brasil, de acordo com o Censo Demográfico (Fundação IBGE, 2000) existem cerca de 10 milhões de pessoas acima de 65 anos e estima-se que em 2030 serão mais de 20 milhões de idosos.

Com o passar dos anos é normal um declínio nas capacidades físicas (força, velocidade, resistência) e com a diminuição principalmente da força muscular, surgem dificuldades na realização das atividades mais simples do dia a dia (subir escadas, levantar objetos do chão, caminhar, etc), o que prejudica a qualidade de vida do idoso. Estudos apontam diminuição da força em 15% entre 60/70 anos. Após essa faixa etária, a perda é de aproximadamente de 30%, sendo nos membros inferiores (pernas) o maior índice de perda. Por isso, o treinamento de força tornou-se uma ferramenta extremamente importante e é cada vez mais indicada para pessoas nesta faixa etária.

De acordo com o estudo de Simão (2004), realizado com idosos de um asilo que tinham idade entre 72 e 98 anos, após um programa de treinamento de 10 semanas, incluindo também um acompanhamento nutricional, a força muscular do grupo exercitado aumentou 113%. Além disso, percebeu-se melhora na velocidade da caminhada (11,8%) e na capacidade de subir escadas (18,4%).

Com o ganho de força muscular o idoso ganha maior autonomia para realizar suas tarefas rotineiras e as faz com mais facilidade, isto é, o benefício é rapidamente percebido e altamente valorizado para a melhora da qualidade de vida.

Alguns benefícios do treinamento de força para idosos:

- melhor modelagem óssea, o que previne a osteoporose;

- aumento da massa muscular e diminuição de gordura corporal;

- diminuição do risco de quedas (um dos maiores causadores de lesões e fraturas);

- aumento do HDL (colesterol bom) e diminuição do LDL (colesterol ruim);

- redução dos triglicérides;

- redução da pressão arterial;

- aumento a sensibilidade da insulina, contribuindo para o controle da diabetes;

- aumento na velocidade e resistência ao caminhar;

É importante enfatizar a necessidade de um programa individualizado de treinamento, adequando a intensidade, duração, frequência, tempo de recuperação, ao condicionamento físico de cada individuo. Por isso, procure um profissional de educação física para acompanhá-lo.

Obs: antes de iniciar qualquer atividade física, procure um médico para realizar exames de rotinas.

Movimente-se !!!

Referencias bibliográficas:

Simão, R. Treinamento de Força na Saúde e Qualidade de Vida. São Paulo: Phorte, 2004.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Exercícios físicos fazem cérebro ficar mais sensível à saciedade

Fonte: www.jornaldeuberaba.com.br

Exercícios físicos – com um bom acompanhamento e uma rotina adequada – fazem bem para a saúde, e isso é incontestável. Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, aponta mais um benefício: além de ajudar a queimar as calorias, os exercícios físicos também aumentam a sensibilidade dos neurônios envolvidos no controle da saciedade, o que contribui para a redução do consumo alimentar e, consequentemente, para a perda de peso. A pesquisa, publicada no periódico PLoS Biology, é mais um fator para que pessoas com problema com o próprio peso, ou que estejam desenvolvendo obesidade, se engajem em uma rotina fixa de exercícios.

De acordo com os pesquisadores, liderados por José Barreto Carvalheira, a obesidade é um fenômeno epidemiológico preocupante. Mudanças nos hábitos alimentares e um estilo de vida sedentário são pontos cruciais para o desenvolvimento da condição. Como se sabe, o consumo excessivo de gordura e comidas altamente calóricas (como aquelas com muito açúcar) pode modificar a sensibilidade do cérebro – especialmente na região chamada de hipotálamo – para o controle da saciedade. Essa “falha de comunicação” leva ao consumo quase incontrolável de alimentos e como consequência da ingestão calórica excessiva, somada ao fato de não se gastar toda essa energia, há aumento do peso, o que pode levar à obesidade.

O estudo de Carvalheira – financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – demonstrou que a prática de exercícios em modelos animais que haviam desenvolvido obesidade restaurou a sensibilidade à saciedade nos neurônios do hipotálamo. Esses animais passaram a consumir menos comida e, paralelamente, começaram a perder peso.“Nos animais obesos, os exercícios aumentaram os níveis de proteínas produzidas no hipotálamo (as chamadas IL-6 e IL-10). Essas moléculas são cruciais para o aumento da sensibilidade dos neurônios a hormônios como a insulina e a leptina, que controlam o apetite”, explica Carvalheira.

Assim, além do gasto calórico produzido pelas rotinas de exercício, a diminuição da fome se deu pelo melhor funcionamento do cérebro, que passou a modular melhor os sinais de saciedade recebidos do estômago. Até agora a atividade física era vista como um complemento ao tratamento da obesidade. Agora, ao entender melhor como esse tipo de atividade propicia benefícios diretos para a condição, o paradigma anterior pode ser reconsiderado pelos profissionais de saúde, que atendem os indivíduos que estão se recuperando da obesidade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A formação do atleta cidadão tem que estar inserida no futebol

Texto publicado no site: http://www.cidadedofutebol.com.br/

O atleta de futebol é um cidadão como outro qualquer. Quanto a isso ninguém deve ter dúvida, pelo menos enquanto se fala. Mas, quando analisamos o trabalho nos campos de futebol, geralmente, ainda não é isso que constatamos.

O primeiro país a utilizar o esporte como meio de educação foi a Inglaterra, que, por meio da Educação Física, percebeu o desenvolvimento de algumas capacidades como: liderança, controle de si próprio, lealdade, cooperação, autodisciplina, iniciativa, tenacidade e espírito esportivo (SCAGLIA, 2003).

Com a edição da Carta Internacional de Educação Física e Esportes, em 1979, houve a criação de um novo conceito de esportes, apontando três áreas de manifestações: esporte-performance, que tem como objetivo o alto rendimento; o esporte-participação, com objetivos de promover bem estar, recreação e esporte-lazer e o esporte-educação, que almeja a formação do atleta, norteados por princípios sócio-educativos, que preparem seus praticantes para a cidadania (TUBINO, 1992 apud SCAGLIA, 2003).

Nesse sentido, Montagner (1993 apud SCAGLIA, 2003) diz que se pode fazer o que quiser com o esporte, pedagógico, educativo, de performance ou mesmo alienador. Mas, o que verificamos nos clubes e nas escolinhas de esportes não são as três manifestações acima citadas e nem o esporte performance educativo para a vida em sociedade, mas apenas o esporte de alto rendimento, geralmente trabalhado de forma alienadora, um erro de planejamento dos profissionais quanto ao objetivo de seu trabalho, proporcionando aos atletas debilidade em sua formação enquanto cidadãos.

O esporte, em qualquer local em que esteja sendo desenvolvido trabalha com seres humanos e por isso, mesmo tendo como um dos objetivos o alto rendimento, não poderia deixar de promover também o bem estar e a formação educativa do atleta. Concordando com este papel, Scaglia (2003, p.59) menciona que

[...] é preciso que técnicos e professores não se deixem cair no papel de meros animadores, que praticantes e espectadores não se sintam apenas fregueses e consumidores, que dirigentes não vejam no desporto apenas uma mercadoria que se compra ou vende a qualquer preço.

Por conta dessas falhas no trabalho com atletas, percebemos que há uma necessidade de formação dos profissionais que atuam com o ensino do futebol, mas não é apenas uma questão relacionada à área da pedagogia (ensino) do esporte, mas também ao que significa formação de um cidadão.

Por meio do futebol é possível contribuir com a formação integral (cognitiva, motora, afetiva e social) de qualquer ser humano. Este processo depende da atuação efetiva do profissional diretamente vinculado a esse público, desde sua formação enquanto indivíduo, conhecedor de seus direitos e deveres dentro e fora desse ambiente, geralmente o campo de futebol, assim como da sua formação para trabalhar como professor ou técnico, e da estruturação e aplicação do seu trabalho, com objetivos, conteúdos, metodologias, métodos e avaliações bem determinados e coerentes para a formação de indivíduos autônomos.

Em concordância com o este tema os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs, 2000a e b) indicam que a educação esportiva deve ser uma forma de enriquecimento na construção ética pessoal e grupal, quando se expõem as dificuldades vigentes dos alunos que precisam de ajuda dentro e fora do esporte, uma vez que na sociedade atual são cobrados não apenas na sua competência física corporal, como também no seu desenvolvimento como cidadão. Os PCNs (2000a) ainda pontuam que quando percebemos que a importância do esporte na sociedade brasileira, reflete criticamente sobre todos os valores e atitudes nele presentes, é imperativa a conscientização ética dos envolvidos.

Uma proposta de ensino que vise o esporte de alto rendimento sem tirar a possibilidade deste promover o bem estar dos atletas, assim como contribuir para sua formação cidadã, isto é, ser também educativo, só pode estar pautada numa prática pedagógica que desenvolva os valores éticos de regras, jogos, jogadores e clube, onde se visa o pensar, o respeito e a prática educativa, visando à aquisição de hábitos saudáveis e a conscientização dos aspectos culturais. Ou seja, possibilitando o desenvolvimento da autonomia do atleta como ser humano e não apenas como jogador, não apenas em campo (SCAGLIA, 2003). Entretanto, uma proposta de ensino que vise este tipo de formação precisa estar pautada numa proposta educativa (BENTO, 1991 apud SCAGLIA, 2003):

- proporcionando obstáculos, exigências e desafios a serem experimentados;

- socializando crianças e jovens e adultos num modelo de pensamento e vida;

- e que ensine que o sucesso não é um objetivo, mas uma conseqüência, um meio para almejar algo futuro.

Morin (2004), elenca sete saberes necessários à educação, a qual deve ser parte integrante do trabalho de qualquer professor ou técnico de futebol, principalmente daqueles que trabalham nas categorias de base, a principal fase de desenvolvimento dos valores dos atletas como seres humanos. São eles:

- as cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão;

- os princípios do conhecimento pertinente;

- ensinar a condição humana;

- ensinar a identidade terrena;

- enfrentar as incertezas;

- ensinar a compreensão;

- a ética do gênero humano.

Para este autor estes são eixos que abrem caminhos a todos os que pensam e fazem educação e que estão preocupados com o futuro das crianças e adolescentes. Da mesma forma, o conhecimento do conhecimento deve aparecer como necessidade primária, que serve de preparação para enfrentar os riscos permanentes de erro e de ilusão, às vezes nem tanto dos atletas, mas de seus técnicos, dos quais muitos não atribuem devida atenção à necessidade de constante aprendizagem ou reavaliação de seu trabalho.

Talvez, o eixo “ensinar a condição humana” seja um dos menos trabalhado pelos profissionais da área do futebol, quando o resultado dos campeonatos e a busca por talentos é prioridade nesse processo. Para dificultar o entendimento do que seja condição humana por parte das crianças e adolescentes, atualmente encontramos ao lado dos gramados ou das quadras, pais frustrados querendo que seus filhos alcancem o sucesso profissional a um alto custo financeiro (aos pais), o qual desencadeia um custo afetivo e social aos filhos que nem sempre esses últimos estariam dispostos a pagar se não fosse o medo de decepcionar aqueles que os amam. Às vezes, não é uma questão de decepção afetiva, mas financeira, quando são esses atletas que sustentam suas famílias com o salário ou ajuda de custo que recebem dos clubes. Por fim, ainda temos a realidade de boa parte dos atletas que ao encerarem suas carreiras não sabem o que fazer dali em diante, se é que têm condições financeira ou profissional de seguirem uma carreira, pois normalmente eles não são preparados para parar de jogar futebol e “continuarem” a ter uma vida digna.

Por essas ou por todas as outras situações em que os atletas se encontram é fundamental que tenham uma formação sólida que os possibilitem um preparo para a vida em sociedade, dentro e fora de campo.

Em contraponto a essa necessidade, parece que muitos clubes e escolas de esportes não estão ensinando seus atletas a viver em sociedade, talvez não da melhor forma que poderiam, o que, “a trancos e barrancos”, a rua acaba por fazer. Na rua a molecada aprende o esporte esporte-performance, ao objetivarem alcançar seu melhor rendimento; o esporte-participação, alcançando bem estar e recreação e o esporte-educação, pois os princípios de cidadania são essenciais para quem precisa “negociar” sua participação na equipe da rua. Contudo, além de nem todos terem acesso à rua, podemos dizer que a aprendizagem da rua também é tradicional. Como cita Freire (2003, p. 3) “A rua tem a pedagogia da liberdade, da criatividade, do desafio e até da crueldade”. Devemos ainda lembrar que a pedagogia da rua trás consigo algumas deficiências, as quais não se devem reproduzir nas instituições de ensino durante o processo de ensino do futebol.

Ensinar futebol não é um trabalho fácil. Aquele que se propõe a ensiná-lo precisa ter claro qual é sua proposta de ensino, pois os pais e a sociedade têm o direito de saber o que este profissional objetiva com seus filhos; quais os valores que estão sendo ensinados ao atleta que está e continuará vivendo em sociedade, pois este não é apenas um atleta de futebol, mas um filho, irmão, pai, futuro treinador ou atuante em qualquer outra profissão. No mais tocante, este atleta de hoje pode ser o treinador do “nosso” filho amanhã. Aí talvez seja mais fácil entendermos que aquilo que gostaríamos que “nosso” filho aprendesse numa escola de futebol seja aquilo que este atleta precise aprender hoje. É, portanto, necessário reconhecer a importância da preparação do atleta cidadão hoje, para que amanhã possamos continuar acreditando na educação também pelo esporte.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FREIRE, JOÃO BATISTA. Pedagogia do futebol. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

MORIN, EDGAR. Sete saberes para educação do futuro. 9ª Ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: apresentação dos temas transversais: ética. Secretaria de Educação Fundamental. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000a.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. . 2ª. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000b.

SCAGLIA, A. J. Escola de futebol: uma prática pedagógica. In: NISTA-PICCOLO, VILMA (Org.). Pedagogia dos esportes. 3 Ed. Campinas: Papirus, 2003.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Exercício físico ajuda no tratamento de crianças com leucemia

Fonte: http://www.usp.br/agen/

Por Juliana Cruz

A prática de exercícios físicos por crianças com leucemia ajuda na melhora da qualidade de vida e no aumento da força muscular desses pacientes. A descoberta foi atestada por uma pesquisa realizada no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). O trabalho, que incluiu crianças e adolescentes de 6 a 18 anos, abre uma nova possibilidade de tratamento ao quebrar a ideia de que o exercício físico pode piorar o quadro clínico da doença.

O estudo surgiu da constatação da pediatra Beatriz Perondi, autora principal do estudo. Segundo a pesquisa, crianças com leucemia, além da doença e do próprio tratamento — que levam a uma baixa capacidade respiratória , diminuição da força muscular e fadiga —, acabam não tendo uma vida normal, pois são superprotegidas pelos pais. “Todo esse conjunto de fatores faz com que a criança tenha uma qualidade de vida ruim”, explica a médica do Instituto da Criança (ICr) do HC, que completa: “Se exercício físico é bom para a saúde em inúmeras situações, para esse tipo de paciente poderia ser também.”

Assim, foi elaborado um programa de exercícios de musculação ao qual as crianças participantes do estudo se submeteram duas vezes por semana durante três meses. “Criamos um programa com treinamento de força intenso e pela primeira vez em estudos com exercícios a qualidade de vida melhorou de forma notória”, conta Bruno Gualano, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP e pesquisador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (LACRE) do HC, também responsável pelo estudo. “A criança passou a se sentir menos cansada, deprimida e irritada, e ficou mais feliz, interagindo com as outras pessoas”, acrescenta Beatriz, que também é médica do Ambulatório de Medicina Esportiva do HC.

Em relação a força muscular, ela aumentou aproximadamente 50% em três meses, tempo de realização das atividades propostas pela pesquisa. A coordenação dos pacientes acabou melhorando também, bem como a capacidade respiratória. “Ao contrário do que se temia, não houve piora alguma no quadro clínico da criança. Também não notamos aumento de quadros hemorrágicos ou de infecções”, ressalta Beatriz.

A pesquisa abre uma nova perspectiva de tratamento, pois, se antes os próprios médicos indicavam o repouso, agora já se sabe que a prática do exercício físico pode ser incentivada. “Hoje vemos uma mudança de paradigmas e isso pode trazer benefícios também em longo prazo, já que o exercício pode prevenir futuras comorbidades relacionadas à leucemia, como obesidade e doenças cardiovasculares”, aponta Gualano.

A prática de atividade, porém, não pode ser incentivada sem a orientação e o acompanhamento de um educador físico ou profissional capacitado. Beatriz ressalta: “O exercício precisa ser prescrito e programado especificamente para cada paciente e o educador físico precisa estar junto para que ele não faça mais ou menos do que o necessário.”

Sobre o período no qual a prática da atividade é recomendada, a doutora Beatriz afirma que ao longo dos dois anos de tratamento – tempo de duração para cura da doença – é possível praticar os exercícios. Entretanto, nos primeiros seis meses, a quimioterapia é muito intensa, o que pode impedir a criança de se exercitar. Assim, é depois desse período, na chamada fase de manutenção, que o exercício pode ser praticado com mais facilidade.